|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SÃO PAULO
Em discussão pautada por aspectos técnicos e com poucas críticas e ataques, tucano e petista evitaram confronto
Debate Alckmin-Genoino termina morno
LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A discussão de aspectos técnicos de temas como indústria, poluição, agricultura, pólos tecnológicos e saneamento predominou
na maior parte do último debate
entre os candidatos ao governo de
São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB) e José Genoino (PT).
Transmitido pela Rede Globo
ontem à noite, o debate foi mediado por Carlos Nascimento.
Ao longo do encontro, o candidato petista criticou o governo
FHC diversas vezes, assim como
insistiu em afirmar que o governo
tucano está no poder há oito anos
no Estado e que seria inoperante,
principalmente na área de criação
de empregos. De sua parte, Alckmin criticou a inexperiência de
Genoino, fez restrições às administrações do PT e citou vários investimentos na geração de postos
de trabalho.
O debate seguiu ameno durante
todo o programa, com a recorrência à citação de números e projetos, sem acusações graves.
Indústria foi o tema da primeira
pergunta, feita por Genoino a
Alckmin. Ele afirmou que 40% da
capacidade do parque industrial
está ociosa. "O governo fez um
grande trabalho na atividade exportadora", disse Alckmin.
Genoino rebateu afirmando
que falta uma política de exportações, propondo a criação de agências de desenvolvimento regionais e o apoio a micro e pequenas
empresas. Alckmin afirmou que
esse apoio já existe.
Ambos falaram sobre a "guerra
fiscal" para atrair indústrias.
Alckmin disse que seria "um tiro
no pé", porque geraria competição no próprio parque industrial.
Já Genoino afirmou que é preciso
aumentar a capacitação e a pesquisa no Estado.
Estatísticas
O tema seguinte foi agricultura,
e o destaque ficou por conta da
afirmação de Genoino segundo a
qual o Estado não dispõe de uma
política específica para a área e citou dados sobre a queda de produção agrícola. Alckmin rebateu,
afirmando que os dados se referiam a período anterior ao primeiro governo Mário Covas
(PSDB), que começou em 1995.
Questionados sobre a área dos
transportes, mais uma vez o governador detalhou os planos de
ampliação do Metrô na capital.
Genoino, também outra vez, voltou a falar em "farra dos pedágios", tema recorrente em sua
campanha.
Saúde e saneamento foram temas abordados no começo do segundo bloco, quando Alckmin
perguntou a Genoino sobre a despoluição do Tietê. O petista preferiu falar de políticas de programas
sociais e educação. "Genoino não
respondeu", retrucou Alckmin,
passando a detalhar obras e planos para limpar o rio que cruza a
cidade. "Você quer que eu responda o que você quiser", ironizou o candidato petista.
Foi só no meio do segundo bloco, e apenas nesse momento, que
o tema violência entrou em pauta.
"Você continua afirmando que
não existem áreas controladas pelo tráfico?", questionou Genoino.
"Aqui não é governo do PT", rebateu o governador, que relacionou apreensões de drogas, outras
ações policiais e programas de
prevenção. Genoino insistiu, dizendo que seu adversário, quando é criticado, "culpa o PT".
Na área da saúde, Genoino voltou a prometer medicamentos de
graça. O governador relacionou
os 13 hospitais novos instalados
pelo governo do Estado e voltou a
atacar o PT: disse que a prefeitura
de São Paulo não fez nenhum
hospital novo, atendendo "apenas" 3.500 pessoas por mês, contra 12.500 do Estado.
Para o candidato petista, a saúde é "algo muito sério" para ser
tratado com números.
"Por que as crianças estão passando de ano no Estado de São
Paulo sem saber ler ou escrever?",
perguntou Genoino, referindo-se
ao sistema de progressão continuada. "Pode haver um ou outro
caso isolado", respondeu Alckmin, afirmando que o sistema foi
criado pelo próprio PT. "O governo do PSDB copia mal as coisas",
replicou Genoino
Texto Anterior: "Le Monde" critica governo FHC e analisa a chegada do PT ao poder Próximo Texto: Frases Índice
|