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MARISA SERRANO
Surpresa, tucana diz que pretende fazer pacto do centro-sul
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Candidata "no sacrifício", após
a desistência do prefeito de Campo Grande, André Puccinelli
(PMDB), a deputada federal tucana Marisa Serrano surpreendeu
ao provocar o segundo turno.
Na campanha, ela conta com o
apoio do presidente do Senado,
Ramez Tebet (PMDB), reeleito
em primeiro lugar, e com cerca de
50 dos 77 prefeitos do Estado. No
segundo turno, recebeu adesão
do PPS e do grupo do PDT ligado
ao vice-governador Moacir Kohl,
que rompeu com o PT.
Em 6 de outubro, Zeca teve
48,33%, dos votos válidos; a candidata tucana, 42,41%.
(FM)
Agência Folha - O TSE aprovou esta semana a utilização de tropas federais este ano. Foi uma medida
realmente necessária?
Marisa Serrano - Sim. A gota d'água foi o comandante da PM fazer
uma convocação para que seus
subordinados estivessem em uma
reunião para dar apoio ao candidato do PT. A gente tem de se precaver, afinal de contas não foi só
esse caso, foi o caso do uso de diárias de servidores, cestas básicas,
propaganda irregular, prédios
públicos e ônibus oficiais.
Agência Folha - Mas o ex-comandante-geral da PM alegou ao TRE
que fez uma convocação também
para uma reunião de apoio à sra.
no último sábado.
Marisa - Eu não vi essa convocação. Nós tivemos uma reunião
com pessoas que se juntaram para falar comigo, inclusive foi de
última hora, me pediram que eu
desse uma passadinha lá e eu passei. Não pedi a convocação, não
pedi a reunião. Se eu soubesse que
o comandante-geral estivesse
convocando, eu não aceitaria de
jeito nenhum.
Agência Folha - Como será o relacionamento entre um eventual governo da sra. e de Lula?
Marisa - Nenhum problema. Primeiro, porque o exemplo já está
dado durante esse tempo em que
Zeca foi governador. Durante esses quatro anos, eu não tenho notícias e não houve um mínimo de
discriminação por conta disso.
Pelo contrário, foi um Estado que
sempre teve apoio irrestrito do
governo federal.
Agência Folha - O PPS, que apóia
a sra., distribuiu adesivos com os
dizeres "Lula-Marisa". A sra. está
tentando se desvincular da imagem de José Serra?
Marisa - Em absoluto. Eu peço
votos a ele em todos os locais onde vou. É um grande amigo e
acredito que ele seria o melhor
presidente para este país. Agora, o
PPS tem todo o direito de escolher
o seu caminho.
Agência Folha - O PT criticou muito o governo anterior, de Wilson
Martins (PMDB), apoiado pelo
PSDB, mostrando que a folha de
pagamento ficou quatro meses
atrasada e houve uma grande queda de arrecadação no final do mandato. Não há risco de isso se repetir
caso a sra. se eleja?
Marisa - Claro que não, o meu
governo é novo, não tem amarras
com o passado. O PSDB nunca foi
governo em MS, eu não participei
do governo passado, mesmo sendo deputada federal. Quando Zeca fala em volta ao passado, eu poderia questionar também a ligação dele com Marcelo Miranda
(ex-governador pelo PMDB entre
87 e 91, hoje no PL), que teve também grandes problemas. O Zeca
mesmo foi um dos maiores críticos, inclusive incitando a população a cercar o palácio. O meu governo não terá nenhuma ligação
com pessoas que comandaram
secretarias no passado.
Agência Folha - Mato Grosso do
Sul tem tido problemas na guerra
fiscal com São Paulo, principalmente em relação ao ICMS do gás
boliviano e à política de incentivos
à indústria. Como a sra. vai se posicionar sobre esse tema?
Marisa - Ontem [terça] eu conversei com o governador eleito
Aécio Neves (MG) e com o governador de Goiás, Marconi Perillo.
E nós fizemos um pacto. Eu e o
[Geraldo" Alckmin, se eleitos,
queremos um pacto do centro-sul. São quatro governadores do
PSDB que vão trabalhar juntos.
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