São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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PAINEL

Escanteio 1
Recém-chegado à Casa Civil, o projeto de reforma sindical deixa explícita a exclusão das centrais das negociações dos acordos coletivos de trabalho.

Escanteio 2
A retirada das centrais das negociações foi incluída de última hora no texto da reforma sindical. O objetivo do governo é assegurar às empresas que os sindicatos não dirão uma coisa no acordo, e as centrais, outra.

Síndrome de Lessa
No Planalto, a súbita contundência de Olívio Dutra nas críticas à política econômica tem uma só interpretação: o ministro das Cidades já se convenceu de que sua queda está selada.

Público restrito
Dar um ministério a Roseana pode compensar Sarney pelo fim de seu sonho de reeleição no Senado, mas é duvidoso que o gesto sirva para amarrar o PMDB no barco de Lula. Ontem, era grande o descontentamento no partido com a idéia em esboço dentro do governo.

Drive-thru
Mesmo peemedebistas inclinados a se aboletar no governo argumentam que Roseana não seria ministra do partido, mas exclusivamente do pai, José Sarney. A senadora, até o momento no PFL, iria para a Esplanada cinco minutos depois de assinar a ficha de filiação ao PMDB.

Operação de risco
Elogio de um peemedebista ao discurso de Michel Temer no almoço em que Lula fez a corte à sigla: "Excepcional. Caminhou sobre a gilete sem se cortar".

No aguardo
inicialmente prevista para ontem, a nota do PMDB do Senado pedindo o adiamento da convenção que o governo tanto deseja evitar subiu no telhado. O almoço de Lula com os deputados da sigla ficou um tom abaixo do jantar com os senadores.

Bloco na rua 1
A primeira missão da Força Nacional de Segurança, recém-criada para atuar em crises estaduais, deve acontecer em Vitória (ES). O governador Paulo Hartung e o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) acertam os detalhes da operação.

Bloco na rua 2
A FNS já treinou 1.060 policiais. Até sua mobilização, a segurança em Vitória, palco de uma onda de incêndios a ônibus, deve ser garantida pelo Exército, segundo acerto firmado entre Hartung e o vice-presiente José Alencar (Defesa).

Um banquinho...
A Ouvidoria Agrária Nacional, criada em 1999, tem hoje apenas uma pessoa autorizada a negociar com fazendeiros e sem-terra nos Estados, elaborar relatórios e atender a imprensa.

...sem violão
Até meados deste ano, o ouvidor agrário, Gercino José da Silva Filho, contava com a ouvidora-substituta, Maria de Oliveira. Hoje ela está em Pernambuco, onde ocupa o cargo de superintendente do Incra. Balanços estão com atraso de três meses.

Fila andando
Falta quase nada para a cúpula nacional do PT fechar questão e dar vez a um nome da esquerda do partido para disputar o governo do Rio em 2006.

Los hermanos
Em reunião ontem em Buenos Aires, membros do Legislativo dos países do Mercosul definiram dezembro de 2006 como data-limite para a implantação do Parlamento do bloco. Ainda não há consenso sobre a forma de escolha dos representantes.

Visita à Folha
Prot von Kunow, embaixador da Alemanha, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Christian Schulz, cônsul em São Paulo para assuntos culturais.

TIROTEIO

Do deputado Rubens Otoni (PT-GO), sobre FHC ter dito que, quando presidente, não foi alertado para o alcance do decreto que assinou dobrando o tempo de sigilo de documentos:
-Além de pedir para esquecerem o que escreveu, o ex-presidente agora parece querer justificar o que assinou sem ler.

CONTRAPONTO

Só casando

Apadrinhado do ministro Eunício Oliveira (Comunicações), o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, José Borba (PR), tem dado alguns sinais de que busca sua emancipação.
Encerrada as eleições municipais, Borba colocou o partido em obstrução, manobra pela qual os parlamentares impedem as votações. O objetivo da bancada é tornar o Palácio do Planalto mais flexível nas negociações com seus aliados.
O ministro Aldo Rebelo (PC do B), da Coordenação Política, e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT), tentaram diversas vezes mudar a posição do líder, mas não tiveram êxito.
Numa dessas conversas, Rebelo insistiu para que Borba dissesse o que afinal estava atrapalhando os peemedebistas. O deputado evitou rodeios:
-Queremos tirar a aliança do anular da mão direita e colocar no anular da mão esquerda!


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