São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estatais ajudam a financiar ato em que sem-terra criticam o governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Bancos e empresas estatais estão patrocinando aproximadamente um terço do custo da Conferência Água e Terra, na qual militantes rurais criticaram o governo e deflagraram uma campanha pelas demissões do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
A verba ainda não foi liberada, mas pode chegar a cerca de R$ 1 milhão, boa parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O Palácio do Planalto não comentou a destinação das verbas.
O restante do total de R$ 3 milhões é bancado por entidades participantes e arrecadações de ONGs e igrejas.
O evento reúne em Brasília 9.000 pessoas de todo o país, que dormem num local coberto de um parque da capital federal.
No ginásio da conferência, recebem três refeições por dia. Sentados no chão, agricultores e sem-terra almoçam churrasco. Restos de comida e lixo têm ficado espalhados no local.
Os organizadores alegam que houve boicote do governo do Distrito Federal, que não forneceu água potável, coleta de lixo, limpeza e segurança. O governo do Distrito Federal responde que forneceu apoio policial e de logística de trânsito, mas não comentou os outros pontos. Devido à má condição de higiene, os banheiros tiveram de ser lacrados.
A platéia assistia atentamente aos discursos. A maior parte é de origem humilde, com sapatos e roupas desgastados. Até bebês e crianças foram levados. (LS)


Texto Anterior: Chefe do Incra diz que não atacou o agronegócio
Próximo Texto: Delegado afirma que fazendeiro é autor da chacina
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.