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QUESTÃO INDÍGENA
Um índio foi ferido e casas foram queimadas em Raposa/Serra do Sol
PF investiga ataque a tiros contra reserva em Roraima
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal de Roraima
enviou ontem uma equipe à reserva Raposa/Serra do Sol, no
nordeste do Estado, para investigar uma invasão a uma comunidade indígena que resultou em ferimentos a tiros em um índio e incêndio de algumas casas.
O CIR (Conselho Indígena de
Roraima) acusou, em nota oficial,
arrozeiros e índios contrários à
homologação contínua da terra
indígena de terem invadido na
manhã de anteontem a comunidade Jawari -no município de
Normandia, a 161 km da capital
do Estado-, incendiado casas e
atirado contra o índio macuxi Jocivaldo Constantino.
Na noite do mesmo dia, o tuxaua -líder indígena- da comunidade Jawari, Júnior Constantino, esteve na sede da PF em
Boa Vista. Após o depoimento dele, uma equipe da PF foi enviada à
região de Normandia, informou a
delegada Fabíola Prado Piovesan.
Para a coordenação do CIR, o
atentado na comunidade Jawari
foi um recado ao ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça), que esteve em Roraima anteontem, de
que a classe latifundiária do Estado não aceita a homologação contínua da terra indígena.
O governo federal aguarda decisão do STF (Supremo Tribunal
Federal) para anunciar de que
forma será homologada a terra indígena Raposa/Serra do Sol, uma
área de 1,69 milhão de hectares.
Se a demarcação contínua decidida em 1998 for confirmada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, descontentará grupos a favor
da presença de não-índios na região (que teriam de abandonar a
área urbana e fazendas da região).
Se Lula optar pela homologação
descontínua -mantendo estradas, plantações e a cidade de Uiramutã-, descontentará o setor do
qual faz parte o CIR e a Funai
(Fundação Nacional do Índio).
Em janeiro, depois de o ministro Márcio Thomaz Bastos ter
anunciado que a homologação seria feita de forma contínua, manifestantes contrários à medida bloquearam as principais rodovias
de Roraima, fizeram invasões de
prédios públicos e mantiveram
três religiosos reféns.
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