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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Lula ou Palocci
Antônio Palocci "garantiu
que não haverá intervenção no câmbio", anunciou o
Bom Dia Brasil, reproduzindo
frases do ministro:
- Não há motivo para preocupação. As mudanças cambiais
ocorrem em vários continentes,
mudanças entre as moedas. Precisamos ter tranqüilidade com
esses indicadores.
Mas não foi bem assim. Horas
depois Lula deu entrevista à
Bloomberg e disse que "seria
melhor" se o real se desvalorizasse. Aí veio o Banco Central e
divulgou uma compra de dólares. E a Bloomberg:
- Real cai após declaração de
Lula e anúncio do BC.
E quem não ficou bem na tela
foi Antônio Palocci.
O ministro Luiz Furlan surgiu
então no noticiário da queda, na
Globo News, para elogiar o BC e
dizer que não era uma "intervenção" no câmbio:
- É natural que se aproveite
este momento de excesso de
oferta de dólares.
No Jornal Nacional, acrescentou um diretor do BC:
- Estamos fazendo recomposição de reservas. Não tem absolutamente nenhuma preocupação com nenhum nível específico de taxa de câmbio.
Mas o contraste com Lula foi
flagrante, resumido em duas
frases pelo JN:
- Ontem, Palocci disse que
não vai intervir para elevar a cotação do dólar. Hoje, Lula disse
que, para as exportações, seria
melhor que o dólar ficasse entre
R$ 2,90 e R$ 3,10.
Na dúvida, o JN deu os prós e
contras do dólar valorizado.
A entrevista de Lula foi base
para uma longa reportagem da
Bloomberg em seu site, em que
incluiu um perfil do presidente.
Pelo jeito, segue forte a mística
lulista. Uma passagem:
- Seu passado contrasta com
o dos advogados, empresários,
generais e acadêmicos que lideraram o Brasil desde Deodoro
da Fonseca em 1889.
E por aí foi. Mas não faltaram
registros de que "os sucessos de
Lula tiveram custo".
Foram mencionadas a derrota
em São Paulo e declarações mais
ou menos críticas do petista
Ivan Valente e até de Caetano
Veloso. Do cantor, sobre as promessas eleitorais:
- Todo mundo sabia que era
tarefa impossível.
O texto fechou com o ex-presidente José Sarney:
- Por sua história de vida e
seu carisma, Lula não tem adversário nas próximas eleições.
Seu apelo vai direto ao povo e
está acima de partidos.
A Bloomberg, como Sarney, se
enamorou de Lula.
Bloomberg/Reprodução
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Lula fala ao canal de notícias financeiras Bloomberg, em entrevista transmitida ontem |
Calma
Lula reuniu os deputados do
PMDB, posou para a televisão e,
no destaque do Jornal Nacional,
"pediu calma ao partido e que a
decisão na convenção do dia 12
seja consciente".
Como sublinhou a Globo
News, Lula "evitou falar sobre
mais espaço no governo" -em
outras palavras, o presidente
"foi mais nebuloso" do que com
os senadores do partido.
A cobertura do JN observou
que, "no plenário, o PMDB faz
corpo mole para votar, diz que
ainda está em negociação, mas
mesmo assim a Câmara está
conseguindo votar".
Senhor
Com o PMDB e na Bloomberg,
avaliou a Globo News, "Lula está
mais senhor do governo".
Para o bem ou para o mal.
Oásis
Mais uma mostra de que a
mística lulista continua firme,
no exterior. O "Financial Times"
deu reportagem sobre o "oásis"
que ele planeja, contra o êxodo
do Nordeste. É a transposição
do São Francisco. O texto fecha
com uma frase de Lula:
- Eu sonho com nordestinos
vindo para São Paulo não para
trabalhar, mas como turistas.
SEM FIM
A notícia surgiu antes no
site do "Washington
Post", em despacho da
agência Reuters, e depois
-aos poucos- na Globo
News, nos sites noticiosos
e, por fim, na manchete do
JN. Explica-se: a Globo e
outros anunciaram mais
de uma vez, nos últimos meses, um acordo inexistente.
Agora parece que saiu. O âncora William Bonner, em
tom "oficial", anunciou "o fim de uma crise delicada":
- Com autorização, a fábrica de combustível nuclear
de Resende entra em produção de urânio enriquecido.
Mas não, a agência Associated Press foi ouvir a ONU
mais tarde e, de novo, não havia "autorização".
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