São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Fogo brando

A ameaça de congelar o teto salarial do Judiciário não é o único item da caixinha de maldades que o Congresso prepara em resposta à decisão do STF que abortou o aumento de 91% autoconcedido pelos parlamentares. Lideranças da Câmara planejam impor obstáculos à tramitação do projeto do STJ que prevê a criação de 400 novas varas federais no país.
No início do mês, o texto passou pela Comissão de Trabalho com alterações -os deputados reduziram para 230 o número de varas e de 14,8 mil para 8.510 os cargos a serem criados. Agora, a ordem é bombardeá-lo na Comissão de Finanças, chamando a atenção para seu impacto sobre as contas públicas. "Quanto mais lento, melhor", diz um membro da comissão.

Os cariocas. Encerrada a reunião de sexta-feira no Rio entre governadores eleitos e reeleitos do Sudeste, os tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) se retiraram para demorada conversa a dois, regada a café e chá, na Livraria da Travessa, em Ipanema.

Disque-posse. O PT montou um serviço 0800 para dar orientações às cerca de 40 mil pessoas esperadas nos eventos em Brasília no 1º de janeiro. O partido também terá um quiosque de atendimento na Esplanada dos Ministérios e quatro postos nas estradas que circundam a capital.

Mais prático 1. Marco Maciel (PFL-PE) apresentou proposta de emenda constitucional que altera a data da posse do presidente, governadores e prefeitos de 1º de janeiro para o primeiro dia útil desse mês. Segundo o senador e ex-vice-presidente, a mudança não implicaria em prorrogação de mandato.

Mais prático 2. Pelo texto da PEC, nos períodos de 1º e 2 de janeiro de 2008 e 1º e 2 de janeiro de 2011 (dias não-úteis), as chefias do Executivo seriam exercidas de acordo com a linha sucessória estabelecida na Constituição.

Minha história. Líder dos sem-terra que invadiram o Congresso em junho, o petista Bruno Maranhão registrou em livro sua versão do quebra-quebra. No mês que vem, embarca em turnê para divulgar a obra, intitulada "Verdade sobre a ocupação".

Menos. No Supremo, há quem avalie que o despacho do ministro Sepúlveda Pertence não chegou a autorizar o início da transposição do São Francisco em janeiro ao derrubar liminares contrárias à obra. O governo ainda teria de corrigir falhas no projeto para atender a determinações legais e obter a licença.

Meditação. De dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA), quando lhe perguntaram se pretende retomar a greve de fome contra a transposição: "Por enquanto não estou me pronunciando a respeito do assunto. Quero ir além do que está nos jornais."

Marcas. O governo Lula pretende reunir uma megadelegação para levar à Suíça, em julho, na entrega oficial da proposta brasileira para a Copa de 2014. Na lista dos sonhos do Planalto estão Paulo Coelho, Pelé, Felipe Massa e até Gisele Bündchen.

Slow-motion. O "Conselhão", que se reuniu apenas seis vezes neste ano, diminuirá ainda mais a freqüência em 2007. Para o primeiro encontro, em 11 de janeiro, estão na pauta reforma política, infra-estrutura e educação.

Loco por ti. A Câmara ainda não liberou os R$ 105 mil prometidos ao recém-inaugurado Parlamento do Mercosul. O Fórum Interparlamentar das Américas, para o qual estão previstos R$ 150 mil, também não recebeu nada.

Atraso. Com a candidatura à presidência do Senado ameaçada, José Agripino (PFL-RN) voltará a Brasília já em 12 de janeiro, mesmo com o Congresso em recesso. Espera usar o tempo livre para garimpar votos por telefone.

Tiroteio

Não queremos hegemonia sobre aliados, só respeito à proporcionalidade. Vale lembrar que o PC do B sempre ocupou espaço maior do que sua representatividade nos governos petistas.


Do deputado federal eleito CÂNDIDO VACCAREZZA (PT-SP), em resposta ao presidente do PC do B, Renato Rabelo, que, para defender a reeleição do colega de partido Aldo Rebelo (SP), criticou a ação do PT em prol da candidatura de Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara.

Contraponto

Tô fora

O deputado Rodrigo Maia (RJ) esperava em uma fila de aeroporto quando foi abordado por uma senhora.
-Preciso lhe dizer algo muito importante!
O líder do PFL, que apoiou de peito aberto o superaumento para os parlamentares, preparou-se para o pior.
-É que estou com um problema lá na minha rua, em São Gonçalo-, começou a explicar a mulher.
Aliviado, mas ainda com receio de que a palavra "salário" viesse à tona, Maia tratou de chamar o secretário de Governo desse município fluminense, que por uma grata coincidência o acompanharia na viagem.
-Olha só que sorte: ele pode lhe atender!


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