DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

O presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, escorregou na neve, quando se dirigia ontem a um encontro com a vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, caiu, fraturou o tornozelo em três diferentes locais, foi operado e ficará pelo menos cinco dias imobilizado.
Meirelles acabara de sair do café da manhã com os dez economistas "top" do Fórum Econômico Mundial e caminhava pela Promenade, uma das duas modestas avenidas de Davos quando escorregou. Teria um encontro (obviamente cancelado) com Anne Krueger, a segunda do FMI.
É acidente muito comum na cidade, de que são vítimas entre 200 e 300 pessoas ao ano, pelas contas de Christian Ryf, o médico-chefe do único hospital de Davos (público, limpinho e vazio, pelo menos ontem).
Para sorte de Meirelles, um paramédico passava por perto, fez o atendimento inicial e chamou a ambulância, que tardou 20 minutos para chegar (as ruas de Davos estavam bloqueadas ontem como prevenção ao protesto contra o Fórum).
No hospital, a radiografia constatou fraturas em três regiões do tornozelo, o que forçaria a colocação de um implante. A operação durou "pouco mais de uma hora", segundo Markus Hehli, diretor do "Spital Davos".
A mulher de Meirelles estava com ele e acompanhou a operação, feita com anestesia geral.
Um paciente normal ficaria hospitalizado por entre cinco e seis dias, pelas contas de Ryf, mas é bem provável que Meirelles seja removido para o Brasil.
Depois desse período de imobilização, será inevitável a fisioterapia e um período de cinco a seis semanas para voltar a andar normalmente.
Meirelles não é a primeira personalidade a receber as atenções do dr. Christian Ryf.
Até chefes de Estado/governo já passaram pelo pequeno hospital, também situado na Promenade. Mas, como é óbvio, Ryf não diz os nomes.
(CLÓVIS ROSSI)


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