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Pressionado, Lula cria plano para prevenir corrupção
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionado pelas denúncias
surgidas com a CPI dos Correios, o governo federal mexeu
ontem na estrutura de prevenção à corrupção. Por decreto, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deu ao ministro Waldir
Pires (Controladoria Geral da
União) a prerrogativa de nomear 20 pessoas que atuarão
como corregedores em ministérios diversos.
Além disso, Lula criou uma
secretaria, também vinculada à
CGU -vinculada à Presidência-, para "assistir direta e
imediatamente o presidente".
O decreto, contudo, não alcançou áreas-chave da estrutura do governo. Os corregedores
da Receita Federal e da Polícia
Federal continuarão a ser nomeados pelos ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Márcio
Thomaz Bastos (Justiça), respectivamente. A Casa Civil
também continuará imune.
Os corregedores devem fazer
um levantamento dos processos administrativos em andamento em cada pasta. Dessas,
apenas em "duas ou três", segundo a CGU, havia funcionário com função semelhante.
Waldir Pires poderá nomear
qualquer servidor do quadro
de cada ministério. As requisições, contudo, passarão pela
Casa Civil, segundo o artigo 26
do decreto, que diz que o cargo
deve ser ocupado "preferencialmente" por servidor que
atua na área jurídica da pasta.
Com a medida, o quadro de
funcionários que exercem cargos comissionados na CGU subirá de 423 para 443. Segundo a
CGU, não haverá gastos adicionais com os corregedores, pois
os novos cargos foram cedidos
pelos respectivos ministérios.
"O que a gente tem aqui na
CGU é muita indicação de processo que termina não sendo
instaurado porque é malfeito, e
depois é desfeito na Justiça",
disse Luiz Navarro, corregedor
setorial da área econômica, um
dos cotados para ocupar a chefia da nova secretaria. A CGU
negou que possa haver interferências de outros ministros na
escolha dos nomes dos corregedores.
(RUBENS VALENTE)
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