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CASO SANTO ANDRÉ
Ministério Público não acredita na versão de rapaz, que assumiu crime
Polícia captura acusado de matar Daniel
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Acusado pela Polícia Civil de
ser o autor dos disparos contra o
prefeito de Santo André, Celso
Daniel (PT), em janeiro de 2002,
L.N., o Lalo, foi capturado ontem,
após sete meses foragido da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). Abordado a 50
metros da casa dos pais, em Capão Redondo, Lalo reafirmou sua
versão de 2002, quando participou de reconstituição do crime.
Disse que deu oito tiros em Daniel, quando o prefeito estava de
costas. Apesar da confissão, o Ministério Público diz estar seguro
de que Lalo não participou do seqüestro nem da execução.
"Em dois momentos, o adolescente apresentou 13 versões diferentes. Diz que atirou, depois que
foi coagido a admitir o crime. Em
outras ocasiões, diz que nem estava no local e depois afirma ter
conduzido Daniel ao local", diz o
promotor Roberto Wider Filho.
A descrição de Lalo na reconstituição do crime, reiterada ontem,
diverge do laudo feito pelo médico legista Carlos Delmonte Printes, morto em outubro de 2005.
Em depoimento ao Ministério
Público, Lalo não reconheceu Daniel em foto. Por isso, o jovem foi
excluído da denúncia (acusação
formal à Justiça). "Ele mente
quando assume ter atirado em
Daniel", diz Wider.
Lalo foi recapturado às 21h30 de
anteontem, quando estava em um
ponto de ônibus. Foi seguido pelo
investigador-chefe do setor de Investigações Gerais Ronaldo Marcos Nogueira e pelo policial Valdir
Rosa. Outros dez policiais estavam espalhados pela região.
Lalo não reagiu e assumiu os
disparos. A casa de seus pais estava sob vigilância há 30 dias, por 24
horas, por 15 policiais à paisana,
em operação coordenada pelo
chefe dos investigadores da seccional de Taboão da Serra, Ivan
Jeronimo da Silva e pelo delegado
Erasmo Pedroso Filho.
Por ter assumido o assassinato
de Daniel, Lalo, então com 17
anos, cumpriu pena socioeducativa na Febem, em semi-internação
-pela manhã, saía para cursar a
faculdade de Educação Física.
Ontem, disse que ficou desmotivado para o curso porque perdeu
o ano e a bolsa de estudos.
O jovem afirmou que, no dia em
que deixou a Febem, foi procurado em casa por homens armados,
supostamente ligados a um dos
sete presos pelo crime. Ontem,
Lalo voltou à Febem, onde deve ficar até 4 de fevereiro, quando faz
21 anos e deve ser solto.
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