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China vira fantasma na geopolítica
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A DAVOS
Nicholas Billotti, presidente da
Turner Constructions, a maior
empresa norte-americana de
construção, conta que vê a China
muito mais como oportunidade
do que como ameaça.
"Estamos associados com os
chineses em Pequim, Moscou,
Angola, Trinidad Tobago. Entramos com o que fazemos melhor
[a qualificação técnica] e eles entram com o que fazem melhor [o
material, "de qualidade superior,
mas barato]". Bernard Yvetot,
empresário francês, emenda rápido: "O problema vai ser quando
eles começarem a fazer tudo
bem", acentuando o "tudo".
Esse diálogo, travado à margem
de uma sessão em que se discutia
"a emergência da China e da Índia", é revelador das dimensões
que vai tomando um fantasma
chamado China para a elite empresarial do mundo.
Por mais que Billotti veja mais
oportunidades que ameaças na
China, ele também conta que, hoje, os chineses já fornecem 60% de
todo o material de construção
consumido no planeta. Em qualquer discussão em Davos, aparecem números igualmente espetaculares sobre a explosão da China.
O fantasma chinês, já conhecido
na economia, começa a escorregar para o território político, a
ponto de um dos moderadores do
debate matinal sobre a economia
global, ter ousado perguntar aos
economistas presentes se Japão e
Europa estavam deixando de
ser
"atores globais", na medida em
que todas as exposições desenhavam um mundo bipolar, dividido
entre EUA, claro, e China.
Min Zhu, vice-presidente executivo do Banco da China, foi diplomático. Elogiou a "evidente
recuperação do Japão", mas não
deixou de espetar: "O papel mundial do Japão está diminuindo".
Piedosamente, ninguém falou
da Europa.
(CR e MCF)
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