São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Por causa de TV e estrutura, PFL e PSB partem à procura do PMDB

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o terceiro maior tempo de TV e uma estrutura nacional de raízes mais fortes no Nordeste, o PMDB virou a noiva mais cortejada da eleição presidencial.
Nesta semana, o PFL de Roseana Sarney mais o PSB de Anthony Garotinho deverão tentar tirar o PMDB da rota mais provável: uma aliança com o PSDB de José Serra, ex-ministro da Saúde.
O governador Garotinho (RJ) marcou visita ao presidente do PMDB, o deputado federal Michel Temer (SP), para quinta-feira. É um factóide de Garotinho que interessa ao PMDB. A chance de esse acordo vingar é remota, mas o partido valoriza o passe na base governista.
O presidente do PFL, o senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), também deve se encontrar com Temer nesta semana. Os dois se falaram por telefone na semana passada e ficaram de almoçar ou jantar nos próximos dias.
A conversa de Temer com Bornhausen tem mais consistência do que com Garotinho. Apesar da tendência de 20 de 27 diretórios regionais do partido por uma aliança com Serra, pré-candidato tucano, os peemedebistas não fecharam a porta totalmente para um acordo com Roseana devido à performance da pefelista nas pesquisas.
No cenário mais provável da pesquisa Datafolha divulgada anteontem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 27%; Roseana, 24%; Garotinho, 14%; Serra, 12% e Ciro Gomes (PPS), 10%.
Mas a articulação pefelista a favor da governadora do Maranhão empaca quando entra em cena o presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC, com a popularidade dando sinais de melhora, é visto por peemedebistas como um eleitor que se fortalecerá ao longo do ano e que será capaz de dar a Serra força para virar o jogo contra Roseana.
Sem FHC, Serra teria dificuldade para fechar a aliança, apesar de ele ter priorizado nos últimos dois anos a aproximação com o PMDB. Exemplo: Serra ajudou a eleger o peemedebista Jader Barbalho presidente do Congresso em 2001. Mas Jader renunciou.
Atrás de Roseana nas pesquisas, o tucano precisa da inserção nordestina do PMDB para fechar alianças estaduais e combater a pefelista na própria região.
Serra também cobiça o PMDB devido a um tempo de TV que, colado ao do PSDB, pode lhe dar mais de 24 comerciais de 30 segundos por dia no horário eleitoral, presença na mídia superior à de qualquer anunciante privado.



Texto Anterior: Pesquisa desvincula ex-ministro de dengue
Próximo Texto: Grafite
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.