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Por causa de TV e estrutura, PFL e
PSB partem à procura do PMDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o terceiro maior tempo de
TV e uma estrutura nacional de
raízes mais fortes no Nordeste, o
PMDB virou a noiva mais cortejada da eleição presidencial.
Nesta semana, o PFL de Roseana Sarney mais o PSB de Anthony
Garotinho deverão tentar tirar o
PMDB da rota mais provável:
uma aliança com o PSDB de José
Serra, ex-ministro da Saúde.
O governador Garotinho (RJ)
marcou visita ao presidente do
PMDB, o deputado federal Michel
Temer (SP), para quinta-feira. É
um factóide de Garotinho que interessa ao PMDB. A chance de esse acordo vingar é remota, mas o
partido valoriza o passe na base
governista.
O presidente do PFL, o senador
licenciado Jorge Bornhausen
(SC), também deve se encontrar
com Temer nesta semana. Os dois
se falaram por telefone na semana
passada e ficaram de almoçar ou
jantar nos próximos dias.
A conversa de Temer com Bornhausen tem mais consistência
do que com Garotinho. Apesar da
tendência de 20 de 27 diretórios
regionais do partido por uma
aliança com Serra, pré-candidato
tucano, os peemedebistas não fecharam a porta totalmente para
um acordo com Roseana devido à
performance da pefelista nas pesquisas.
No cenário mais provável da
pesquisa Datafolha divulgada anteontem, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) teve 27%; Roseana, 24%; Garotinho, 14%; Serra, 12% e Ciro
Gomes (PPS), 10%.
Mas a articulação pefelista a favor da governadora do Maranhão
empaca quando entra em cena o
presidente Fernando Henrique
Cardoso. FHC, com a popularidade dando sinais de melhora, é visto por peemedebistas como um
eleitor que se fortalecerá ao longo
do ano e que será capaz de dar a
Serra força para virar o jogo contra Roseana.
Sem FHC, Serra teria dificuldade para fechar a aliança, apesar de
ele ter priorizado nos últimos dois
anos a aproximação com o
PMDB. Exemplo: Serra ajudou a
eleger o peemedebista Jader Barbalho presidente do Congresso
em 2001. Mas Jader renunciou.
Atrás de Roseana nas pesquisas,
o tucano precisa da inserção nordestina do PMDB para fechar
alianças estaduais e combater a
pefelista na própria região.
Serra também cobiça o PMDB
devido a um tempo de TV que,
colado ao do PSDB, pode lhe dar
mais de 24 comerciais de 30 segundos por dia no horário eleitoral, presença na mídia superior à
de qualquer anunciante privado.
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