São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2002

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Pesquisa desvincula ex-ministro de dengue

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisa do Instituto Sensus, divulgada ontem em Brasília, mostra que a população não vincula a epidemia de dengue à falta de ações do Ministério da Saúde, comandado até a semana passada pelo pré-candidato tucano à Presidência, José Serra (SP).
O levantamento ouviu 2.000 pessoas em 195 municípios entre os dias 14 e 21 de fevereiro, antes de Serra deixar o ministério.
Patrocinada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), cujo presidente é o pefelista Clésio Andrade, a pesquisa também mostra que, na simulação com sete pré-candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva, presidenciável petista, permanece em primeiro lugar com 26,2%, juntamente com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, com 24,5%.
Nessa mesma lista no mês passado, Lula obteve 26,1%, e Roseana, 22,7%. A governadora é a principal adversária na base governista do ex-ministro da Saúde.
A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O resultado segue a tendência verificada pela pesquisa Datafolha, publicada anteontem.
Sobre a dengue, o instituto quis saber se os entrevistados tinham conhecimento do surto de dengue no Rio e no país -78,3% afirmaram que sim.
No universo dos que tomaram conhecimento, 72,9% atribuem a volta da doença à falta de atuação da própria população: "dos moradores, que deixam empossar água parada no local de moradia" (38,6%) e "de todos nós, que não colaboramos com a preservação das cidades" (34,3%).
Nesse item, 11% culparam a falta de atuação do Ministério da Saúde, 6,5% das prefeituras e 3,4% dos governos estaduais. Outros 5% disseram que não há culpados, pois são fatores naturais.
"O surto de dengue não influenciou negativamente a campanha de Serra. O problema do candidato é outro. Ele não tem densidade eleitoral", comentou o pefelista Clésio Andrade.

Rejeição
No quesito rejeição, em setembro do ano passado, 5,2% dos pesquisados responderam que não votariam de jeito nenhum no então ministro José Serra. Neste mês, esse índice passou para 3,1%. No mesmo período, a rejeição da governadora do Maranhão subiu de 4% para 5,7%.
Sobre os outros presidenciáveis, a pesquisa mostra que a intenção de voto no governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, pré-candidato do PSB, caiu de 15,1% para 12,3% neste mês. Já Serra passou de 7% para 9,2%.
Ciro Gomes (PPS), que tinha 7,4%, aparece com 7,1%, e o governador Itamar Franco (PMDB-MG) de 3,8% foi para 4,5%. Enéas (Prona) mantém seus 1,6%.
Na simulação em que Roseana aparece como a única governista na disputa, Lula fica com 28,4% das intenções de voto e a governadora com 28,3%. Quando Serra é o candidato governista, sem Roseana na disputa, o tucano fica com 16,3% atrás de Garotinho (16,7%) e Lula (32,1%).
(DENISE MADUEÑO)


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