São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2002

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PRÍNCIPE DA SOCIOLOGIA

Em aula em Varsóvia, presidente tira colega de situação constrangedora

FHC critica Davos e Porto Alegre

Sergio Lima/Folha Imagem
O presidente FHC dá palestra para professores e alunos da Escola de Economia de Varsóvia


DO ENVIADO A VARSÓVIA

De bom humor, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez brincadeiras, deu palestras e criticou os fóruns de Porto Alegre e Davos na visita a Varsóvia.
FHC começou a programação de manhã, recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente Aleksander Kwasniewski. Pouco depois, ajudou o colega polonês a sair de uma situação constrangedora.
Kwasniewski foi questionado por uma repórter se sua mulher disputaria um cargo eleitoral -rumor noticiado por jornais locais. Gaguejou e demonstrou não querer responder. FHC encerrou o assunto: "Se votasse aqui, votaria nela". Arrancou risos dos repórteres locais.
O clima da visita presidencial foi ameno, com o presidente sempre descontraído. Brincou dizendo que finalmente aprendera a falar corretamente o sobrenome do colega polonês (pronuncia-se qua-chi-niévski).
Na hora do almoço, encerrou o seminário "Brasil-Polônia: oportunidades de novas parcerias" para empresários brasileiros e poloneses. À tarde, deu uma aula para professores e alunos da Escola de Economia de Varsóvia, a faculdade de maior prestígio nessa área no país.
Suas exposições foram centradas na história econômica recente do Brasil e em questões econômicas. Para os universitários, o presidente fez uma crítica a dois eventos: o Fórum Econômico Mundial, de Davos, na Suíça (que reúne as mais importantes autoridades do mundo financeiro e econômico anualmente), e seu contraponto, o Fórum Social de Porto Alegre.
"Os títulos de ambas as reuniões são um tanto enganosos", afirmou. "Há uma certa ironia no fato de que as palavras "econômico" e "social" estejam sendo usadas como se existisse uma escolha a ser feita."
A opinião de FHC é que ficou "obsoleto" o discurso só social ou econômico depois da queda do Muro de Berlim, em 1989.
"Mas nos confrontamos agora com o perigo de um muro diferente, entre as preocupações com a economia e as preocupações com a situação social."
O presidente também criticou a política de subsídios agrícolas dos países europeus ricos e dos EUA. (FERNANDO RODRIGUES)


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