São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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Serra vê pior situação desde Collor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PSDB, José Serra, afirmou ontem que o maior temor dos tucanos é que a "inépcia" do governo Lula na execução das políticas governamentais resulte em "mais uma década perdida para efeito de crescimento".
Para Serra, o governo já é um "governo velho", com apenas 15 meses, e a velocidade do desgaste é "surpreendente". Além da falta de um projeto para o país, o PT, segundo ele, não enfrenta a tarefa "mais árdua" de uma administração: "governar no dia-a-dia".
O tucano afirmou que o país vive sua "pior situação" desde que o ex-presidente Fernando Collor de Mello deixou o governo, em 92.
A maior preocupação demonstrada pelo presidente do PSDB, no discurso e nas conversas com jornalistas, foi negar a existência de uma crise institucional. "As regras do jogo democrático são sólidas. Não há fator militar. Não há atores no processo político dispostos a promover abalos institucionais", disse.
Segundo o tucano, o fórum criado ontem não é uma união eleitoral. O objetivo é unificar discursos e ações das oposições.
PFL, PSDB, PDT e demais forças que se opõem ao governo petista vão se reunir periodicamente em Brasília para discutir estratégias de ação. Também haverá discussão de temas. O PSDB, por exemplo, já programou um seminário sobre educação em abril e outro sobre emprego, em maio.
Serra afirmou, no entanto, que a agenda da oposição depende da agenda do governo. "O Brasil não pode mais continuar com um governo que não governe, que não tem propostas, que não apresenta soluções, não enfrenta a árdua tarefa de governar o dia-a-dia."
O tucano apontou as razões para o desgaste precoce do governo. Primeiro, a estagnação da economia e aumento do desemprego, com queda de rendimentos reais e corte de gastos essenciais, como recursos destinados aos programas de erradicação do trabalho infantil e de combate aos abusos sexuais contra crianças.
Em segundo lugar, a "inépcia na execução das políticas governamentais" e a "omissão" de um programa de governo. Para ele, o programa apresentado na campanha foi deixado de lado. Por fim, Serra aponta a "quebra da aura ética" do PT como terceiro fator.


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