São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 2000


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PAINEL

Retomando o espaço

Tasso Jereissati (CE) deve se encontrar com Mário Covas, em São Paulo, no início de maio. O cearense avalia que os governadores tucanos (ele e Covas) precisam voltar a ter mais voz na política nacional.

Sob novo comando

FHC teve um propósito ao designar Jorge Bornhausen para articular a demissão de Greca (Turismo) e a indicação de seu sucessor: balizar que o catarinense é quem conduz a interlocução do PFL com o governo.

Trégua aguada

A conversa FHC-ACM na Bahia foi considerada positiva por ambos. Mas o Planalto ainda espera para ver os próximos passos do baiano. Por enquanto, prefere operar com o PFL de Bornhausen e Marco Maciel.

Soneca

Alertado no meio da noite por um assessor sobre os rumores de sua demissão iminente, Greca (Turismo) saiu-se com essa: "Não sei de nada, mas prefiro dormir a saber". E desligou.

Aos leões

Padrinho de Rafael Greca (Turismo), o governador Jaime Lerner (PR) tem dito a amigos que não vai se mexer pela sua manutenção no governo. É o troco pelos arroubos de independência do ex-pupilo.

Mui amigos

Argumento do PFL para Greca: ele foi 5º deputado mais votado do país (e o 1º do Paraná) em 98. Saindo agora, teria tempo para se recuperar e concorrer ao governo em 2002. Ficando no ministério, liquidaria qualquer pretensão política.

Último moicano

Embora ninguém endosse as acusações de corrupção contra Greca no Planalto, no final o ministro tinha um único aliado ao lado de FHC: Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral).

Controle remoto

Diferentemente do que deixa transparecer, o Planalto acompanha com muita atenção a investigação do FBI sobre o dossiê Caribe. Quem está municiando o governo é a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), do general Cardoso.

Execução sumária

Carlos Marés tentou ser demitido da Funai "a pedido". Não teve jeito. Foi exonerado. Da mesma forma como exonerou há pouco tempo o sertanista Orlando Villas Boas.


Na calada da noite

No último dia de 1999, o DNER assegurou R$ 763 mil do Orçamento para pagar a Ikal por uma estrada inacabada em Pernambuco. A construtora é a mesma acusada de superfaturadas obras do TRT de São Paulo.

Herança aérea

Varig e TAM já começaram a disputa pelas linhas internacionais da Vasp. Ao contrário do esperado, o olho grande das duas companhias não é pela linha para Miami, mas pelos vôos para Madri e Frankfurt.

Líder do choque

O vereador malufista Miguel Colassuono (PMDB) foi promovido. Recebeu carta branca de Celso Pitta para falar em nome da prefeitura paulistana nas articulações contra o processo de impeachment na Câmara.

Último recurso

No meio da confusão em Porto Seguro (BA), no sábado, a senadora Marina Silva (PT-AC) acabou dando uma "carteirada" diante da polícia. "Fiz isso pela primeira vez na vida, contra meus princípios, quando percebi que iria apanhar".

Esqueçam...

"Antonio Carlos não é só um nome. (...) É uma imagem do "Brasil profundo", que, já sabemos, não tem só charme para os que nos visitam. Tem também toda uma corte de desigualdades, privilégios, misérias e violências. É este o caminho que Fernando Henrique imagina possível para a modernidade e para a democracia?".

...o que escrevi

O trecho acima é de Francisco Weffort. Consta de artigo publicado por ele em março de 94. O mesmo Weffort que, ministro da Cultura, defende agora a repressão policial contra manifestantes do "Brasil profundo".

TIROTEIO

Do senador Roberto Requião (PMDB-PR), sobre o anúncio informal da saída de Rafael Greca (Turismo) do governo:
- O Greca tem de ficar. Ele é a cara do governo FHC.

CONTRAPONTO

A tribo do PT
Durante as comemorações em torno do Dia do Índio, na semana passada, grupos ecologistas promoveram uma passeata diferente em Brasília. Misturava grupos indígenas e alunos de escolas públicas. A curiosidade das crianças era grande.
A maioria só havia visto índios pela televisão. Ao final da manifestação, uma delas se aproximou do deputado distrital Chico Floresta (PT-DF), um dos organizares do evento.
- E de qual tribo é o senhor? -perguntou.
- Eu sou do PT -respondeu, rindo, o deputado.
Observando a reação de estranheza da menina diante da resposta, uma professora decidiu interferir na conversa:
- Ela não perguntou o seu partido, mas a sua tribo -explicou.
O deputado não deixou por menos:
- Nós, do PT, somos como os índios. Vivemos em pé-de-guerra uns contra os outros e, de vez em quando, fumamos o cachimbo da paz.


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