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COMEMORAÇÃO
Evento durará 1h30 e terá participação de Daniela Mercury
CNBB quer impedir que
missa vire manifestação
PATRICIA ZORZAN
enviada especial a Porto Seguro
A CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil)
pretende impedir
que sejam realizadas manifestações
políticas durante a celebração da
missa dos 500 anos de evangelização, hoje na praia de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, a
aproximadamente 10 km de Porto Seguro.
"O ambiente da celebração será
diferente (em relação ao do dia
22). As pessoas estão lá para rezar
e não para se manifestar. Não seria o momento. Por isso, as manifestações serão impedidas. É uma
questão de respeito", afirmou ontem, em Porto Seguro, o secretário-geral da CNBB, d. Raymundo
Damasceno.
A operação de segurança do local será comandada pelo coronel
Wellington Müller, o mesmo responsável pela vigilância da comemoração do Descobrimento, no
último sábado, que terminou
com 141 manifestantes presos e
pelo menos 30 feridos levemente.
"Recomendamos a facilidade
de acesso do povo ao lugar. Se
soubermos de ações violentas,
nos colocaremos contra", declarou dom Damasceno.
"A CNBB não pode interferir na
segurança. Isso compete à Polícia
Militar. Não há sintomas de manifestações, mas, se houver possibilidade de perturbação do ambiente, teremos de atuar", disse o
tenente-coronel Cristovam Pinheiro, assessor de comunicação
do comando-geral da PM.
Segundo Pinheiro, 500 homens
estarão envolvidos no esquema
de segurança do local. Desse total,
cerca de cem fazem parte do batalhão de choque.
"Eles estarão aquartelados, armados e em condições de serem
acionados, caso haja necessidade.
Os demais usarão apenas cassetetes. Mas não há expectativa de tumulto. Não fizemos barreiras e todos poderão vir. No dia 22 isso foi
feito porque, se os manifestantes
tivessem entrado em Porto Seguro, não haveria solenidade."
Por parte da CNBB, de acordo
com d. Damasceno, não haverá
restrições de público. "Índios e
sem-terra serão bem-vindos",
afirmou o bispo.
O secretário-geral da entidade
disse ainda "lamentar" o confronto entre índios e policiais militares
no último sábado.
"Lamentamos e repudiamos o
que houve. Rejeitamos toda ação
violenta. Faltou ter aproveitado
esse momento para um encontro
amigo entre as autoridade e as lideranças indígenas", declarou.
Organização
A celebração de hoje, em comemoração aos 500 anos de realização da Primeira Missa no Brasil,
será presidida pelo secretário de
Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, segundo homem cúria romana e representante do papa no evento.
Com duração prevista de uma
hora e 30 minutos, a missa contará com a participação de índios e
negros e será co-celebrada por
bispos brasileiros. Daniela Mercury interpretará "Ave Maria no
Morro", de Herivelto Martins.
Além de 350 bispos e 2.000 padres, também foram convidados
para a cerimônia 17 representantes de igrejas de países como Itália, Canadá, Alemanha, Estados
Unidos, Angola, Moçambique,
Cabo Verde, Timor Leste e Portugal, entre outros.
Em um altar de 250 metros quadrados foi montada uma cruz cenográfica de resina de 13 metros
de altura. A cruz, assim como toda a infra-estrutura do evento, foi
preparada pela Rede Globo.
A estimativa dos organizadores
da cerimônia é que entre 50 mil e
cem mil pessoas participem da
cerimônia, com início previsto
para as 9h.
Uma imagem de Nossa Senhora
Aparecida, padroeira do Brasil, e
uma réplica benzida pelo papa
João Paulo 2º da cruz da primeira
missa farão parte do evento.
A cruz original, feita de ferro em
Portugal e trazida por frades que
acompanhavam Pedro Álvares
Cabral ao Brasil, encontra-se hoje
na catedral da Sé de Braga (Portugal). A CNBB não conseguiu autorização dos portugueses para
trazê-la para a missa.
NA TV - Globo, Bandeirantes
e Rede Vida, ao vivo, às 9h
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