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RIO
Nota da reitoria contesta os procedimentos em sindicância
Denúncia envolvendo projeto de Garotinho gera crise na Uerj
MAURÍCIO THUSWOHL
da Sucursal do Rio
As denúncias de irregularidades
em um dos maiores programas
sociais do governo Garotinho, o
Vida Nova, desencadeou uma crise política na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
As denúncias foram feitas pelo
diretor do Cepuerj (Centro de
Produção da Uerj), Paulo Adler,
responsável pela gestão do programa. A reitora da Uerj, Nilcéia
Freire, contesta a forma como as
denúncias se tornaram públicas.
O Vida Nova atende a 30 comunidades pobres, formando jovens
para atuarem como agentes comunitários. Era coordenado, até o
dia 2, pela vice-governadora Benedita da Silva (PT), pelo Vida
Obra Social (da primeira-dama
Rosinha Matheus) e pela Companhia Estadual de Água e Esgoto.
A diretoria de Comunicação Social da Uerj divulgou ontem um
comunicado em que informa que
a reitoria tomou providências para investigar as irregularidades
apontadas pela sindicância a partir do momento em que tomou
conhecimento do caso, no dia 17.
Segundo o comunicado, a sindicância do Cepuerj foi feita através
de procedimentos "fora dos padrões da administração pública".
Na sexta, ao tomar conhecimento de que Adler enviara parte
do resultado das investigações ao
governador Anthony Garotinho
(PDT), Nilcéia determinou uma
intervenção no Cepuerj, impedindo a movimentação de verbas.
O comunicado de ontem justifica a intervenção alegando que o
Cepuerj não encaminhou os balancetes de fevereiro e março e
não prestou informações sobre
suas movimentações financeiras.
Horas depois de anunciada a intervenção, Adler conseguiu obter
na Justiça liminar anulando todas
as decisões da reitora.
Ontem, Adler informou estar
recebendo várias ameaças de
morte desde que a Folha publicou
a primeira reportagem sobre as
irregularidades: "Telefonaram diretamente para mim e também
para a minha mulher, dizendo a
ela que ficaria viúva em breve".
Processo
A funcionária pública Abigail
Páschoa de Souza, citada na sindicância como tendo recebido indevidamente R$ 1.500 do Vida Nova, disse que pretende processar
os responsáveis pelas acusações.
Abigail trabalha com Benedita.
Segundo a assessoria da vice-governadora, Abigail recebeu o dinheiro por ter dado aulas para
alunos do programa.
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