São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RIO
Nota da reitoria contesta os procedimentos em sindicância
Denúncia envolvendo projeto de Garotinho gera crise na Uerj

MAURÍCIO THUSWOHL
da Sucursal do Rio

As denúncias de irregularidades em um dos maiores programas sociais do governo Garotinho, o Vida Nova, desencadeou uma crise política na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
As denúncias foram feitas pelo diretor do Cepuerj (Centro de Produção da Uerj), Paulo Adler, responsável pela gestão do programa. A reitora da Uerj, Nilcéia Freire, contesta a forma como as denúncias se tornaram públicas.
O Vida Nova atende a 30 comunidades pobres, formando jovens para atuarem como agentes comunitários. Era coordenado, até o dia 2, pela vice-governadora Benedita da Silva (PT), pelo Vida Obra Social (da primeira-dama Rosinha Matheus) e pela Companhia Estadual de Água e Esgoto.
A diretoria de Comunicação Social da Uerj divulgou ontem um comunicado em que informa que a reitoria tomou providências para investigar as irregularidades apontadas pela sindicância a partir do momento em que tomou conhecimento do caso, no dia 17.
Segundo o comunicado, a sindicância do Cepuerj foi feita através de procedimentos "fora dos padrões da administração pública".
Na sexta, ao tomar conhecimento de que Adler enviara parte do resultado das investigações ao governador Anthony Garotinho (PDT), Nilcéia determinou uma intervenção no Cepuerj, impedindo a movimentação de verbas.
O comunicado de ontem justifica a intervenção alegando que o Cepuerj não encaminhou os balancetes de fevereiro e março e não prestou informações sobre suas movimentações financeiras.
Horas depois de anunciada a intervenção, Adler conseguiu obter na Justiça liminar anulando todas as decisões da reitora.
Ontem, Adler informou estar recebendo várias ameaças de morte desde que a Folha publicou a primeira reportagem sobre as irregularidades: "Telefonaram diretamente para mim e também para a minha mulher, dizendo a ela que ficaria viúva em breve".

Processo
A funcionária pública Abigail Páschoa de Souza, citada na sindicância como tendo recebido indevidamente R$ 1.500 do Vida Nova, disse que pretende processar os responsáveis pelas acusações.
Abigail trabalha com Benedita. Segundo a assessoria da vice-governadora, Abigail recebeu o dinheiro por ter dado aulas para alunos do programa.


Texto Anterior: Investigação: Maluf vai depor sobre obra de 96
Próximo Texto: Cãmara: Sem consenso, mínimo vai à votação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.