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BAHIAGATE
Para MP, Kátia Alves mentiu
Ex-secretária nega ter participado de grampo
MANUELA MARTINEZ
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA
FOLHA, EM SALVADOR
Depois de manter silêncio durante 80 dias, a ex-secretária da
Segurança Pública da Bahia Kátia
Alves usou a mesma tática das demais pessoas ouvidas no inquérito que apura os grampos ilegais
do Estado, negando qualquer envolvimento no crime em seu depoimento ao Ministério Público.
No depoimento de seis horas,
Kátia Alves disse que não sabia de
nada e que não deu nenhuma ordem para que as escutas clandestinas fossem realizadas. A sua versão não convenceu ao Ministério
Público "Estou dizendo, por óbvio, que ela mentiu", declarou o
procurador responsável pelo caso, Edson Abdon.
Segundo o procurador, os envolvidos querem passar a impressão de que havia uma desorganização generalizada na SSP. "Os
depoimentos levam a crer que
ninguém era responsável por nada. Ou seja, uma quadrilha atuava
dentro do órgão e ninguém é criminoso", afirmou.
Kátia Alves, que saiu da Procuradoria da Republica sem dar entrevistas, disse que jamais despachou com o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA), acusado por adversários políticos de
ser o mandante dos grampos.
Entre março e setembro do ano
passado, por determinação da
SSP, 132 pessoas foram grampeadas na Bahia -num total de 232
grampos. Entre os monitorados
estão os deputados Geddel Vieira
Lima (PMDB) e Nelson Pellegrino (PT), o ex-deputado Benito
Gama e os advogados Plácido Faria, 40, e Adriana Barreto, 32, ex-namorada de ACM, que é casado
há mais de 50 anos.
Kátia Alves ainda vai depor ao
delegado federal Gesival Gomes
de Souza.
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