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São Paulo, sábado, 26 de abril de 2003

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BAHIAGATE

Para MP, Kátia Alves mentiu

Ex-secretária nega ter participado de grampo

MANUELA MARTINEZ
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA
FOLHA, EM SALVADOR

Depois de manter silêncio durante 80 dias, a ex-secretária da Segurança Pública da Bahia Kátia Alves usou a mesma tática das demais pessoas ouvidas no inquérito que apura os grampos ilegais do Estado, negando qualquer envolvimento no crime em seu depoimento ao Ministério Público.
No depoimento de seis horas, Kátia Alves disse que não sabia de nada e que não deu nenhuma ordem para que as escutas clandestinas fossem realizadas. A sua versão não convenceu ao Ministério Público "Estou dizendo, por óbvio, que ela mentiu", declarou o procurador responsável pelo caso, Edson Abdon.
Segundo o procurador, os envolvidos querem passar a impressão de que havia uma desorganização generalizada na SSP. "Os depoimentos levam a crer que ninguém era responsável por nada. Ou seja, uma quadrilha atuava dentro do órgão e ninguém é criminoso", afirmou.
Kátia Alves, que saiu da Procuradoria da Republica sem dar entrevistas, disse que jamais despachou com o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), acusado por adversários políticos de ser o mandante dos grampos.
Entre março e setembro do ano passado, por determinação da SSP, 132 pessoas foram grampeadas na Bahia -num total de 232 grampos. Entre os monitorados estão os deputados Geddel Vieira Lima (PMDB) e Nelson Pellegrino (PT), o ex-deputado Benito Gama e os advogados Plácido Faria, 40, e Adriana Barreto, 32, ex-namorada de ACM, que é casado há mais de 50 anos.
Kátia Alves ainda vai depor ao delegado federal Gesival Gomes de Souza.


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