São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2005

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PAINEL

Na trincheira
O PT tentará impedir hoje a votação da emenda que põe fim à verticalização das coligações. O partido pedirá vista da matéria, atrasando o trâmite na CCJ. Favoráveis à derrubada do instituto, os aliados se armam até os dentes para reagir à manobra.

Cabo-de-guerra
Questionado sobre o objetivo do pedido de vista, um petista é franco: "Não votar isso nunca, deixar como está". Para o líder do PP, José Janene, a votação servirá para que o governo "tire a máscara" e mostre se está do lado do PT ou do resto da base.

Líder de torcida
O presidente do PMDB, Michel Temer, reúne-se hoje com os três governadores do Sul, todos do partido. Quer "entusiasmá-los" a participar das prévias que escolherão o candidato ao Planalto, caso não vingue a aliança tão desejada por Lula.

Uma coisa por vez
Antes das prévias, que ocorreriam entre o final deste ano e o início do próximo, o PMDB promoverá um recadastramento de seus filiados em todo o país.

Ausência ilustre
Roberto Requião (PMDB) não deu o ar da graça no almoço para homenagear o neoministro Paulo Bernardo (PT) em Curitiba. O desentendimento entre o governador do Paraná e o titular do Planejamento é caso antigo e ao que tudo indica sem solução.

Coração de mãe
A boa vontade de Orestes Quércia não se limita a Lula, a quem o ex-governador visitou recentemente. Ele orientou os quatro deputados do PMDB na Assembléia paulista a colaborar com o tucano Geraldo Alckmin na votação do projeto de capitalização da debilitada Cesp.

Circo armado
O socorro à Cesp, via privatização da CTEEP, a estatal paulista de transmissão de energia, será tema de audiência pública amanhã na Assembléia.

Fim de quarentena
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) será o relator do projeto que regulamenta o referendo do desarmamento na CCJ. À frente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) havia prometido a vaga ao PPS, mas mudou de idéia.

Básico
Na relatoria do desarmamento, João Paulo poderá voltar aos holofotes na Câmara. Ele diz que manterá o plebiscito apenas sobre armas, sem "contrabandos".

Sem-arma
A campanha pelo desarmamento ganhará a adesão do MST, a despeito dos casos de violência de grupos armados de sem-terra. Em marcha a Brasília, a ala das mulheres portará faixa a favor da proibição.

Na própria carne 1
Com o Ministério Público paulista dividido, o Conselho Superior do órgão decide amanhã se expulsa o promotor Thales Ferri Schoedl, acusado de matar um rapaz e ferir outro na Riviera de São Lourenço.

Na própria carne 2
Um grupo de promotores é contrário à expulsão de Schoedl enquanto ele não for julgado. Defensora da medida, a corregedoria do MP alega que, mesmo se for absolvido, ele já mostrou inadequação para a carreira.

Fogo amigo
Petistas ligados a Marta Suplicy torceram o nariz para a visita de Aloizio Mercadante a José Serra. Dizem que o senador, pré-candidato ao governo como a ex-prefeita, tenta desgastá-la ao avistar-se com o tucano.

Visita à Folha
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

Do deputado petista Paulo Pimenta (RS) em resposta a Raul Pont, candidato a presidente do PT pela tendência Democracia Socialista, que pregou a demissão de Antonio Palocci:
-A DS tem de resolver se é oposição ou governo. No primeiro caso, deve entregar os cargos, inclusive o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Fazem esse discurso com medo de perder terreno para o PSOL.

CONTRAPONTO

Uma secretária de futuro

Durante recente visita ao município de Borborema, no interior de São Paulo, a deputada estadual Beth Sahão reuniu-se com o prefeito Jorge Feres Júnior, petista como ela.
No meio da conversa, da qual participaram também alguns secretários municipais, o telefone tocou na mesa do prefeito.
Num impulso, a deputada antecipou-se a Feres Júnior e atendeu à ligação, para espanto de todos os presentes.
Do outro lado da linha, uma tia do prefeito pedia para falar com ele. Beth Sahão então fez as vezes de secretária.
-Prefeito, é sua tia. O senhor pode atender agora?
Feres Júnior deu seqüência à brincadeira. Rindo, respondeu:
-Por favor, diga que eu estou em reunião com uma deputada muito influente e não posso ser interrompido neste momento.
Foi o que fez a deputada, diante da gargalhada geral.


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