DA AGÊNCIA FOLHA

O presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Roraima, Luiz Afonso Faccio, contestou as afirmações e os números que foram apontados no relatório do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
De acordo com Faccio, a região produz "oito marcas de arroz, que chegam ao supermercado". Isso não significa, entretanto, que a produção se concentre em apenas oito grandes fazendeiros.
A associação lista ao menos 32 produtores de arroz na região da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, localizada em Roraima.
O número de propriedades, segundo o presidente da associação, é ainda maior (aproximadamente 60 fazendas), se somados os pecuaristas.
O presidente da entidade diz também que a produção na região é responsável por 70% do total do Estado, em torno de 100 mil toneladas.
"É mentira dizer que só há oito grandes produtores e que somente dois têm duas safras. Essa área toda tira no mínimo três safras por ano. São propriedades com colheita permanente", afirmou Faccio.
Ele diz ainda que a região emprega mil agricultores diretamente e outros 6.000 de maneira indireta. Além disso, ele afirma que toda a cadeia ocorre em Roraima.
"Todo o material é beneficiado e empacotado no Estado. Atende a quase toda a região da Amazônia. Entrega-se direto no mercado. Se eliminar as lavouras, como ficam os empregos na capital?"

Acordos com índios
Faccio disse também que os produtores têm acordos com a população indígena para a manutenção das plantações.
Os índios, segundo ele, entram com a mão-de-obra, e os produtores, com tecnologia e insumos agrícolas.
"Por que não se faz um plebiscito com os índios?", perguntou ele.
A produção de arroz irrigado no Estado de Roraima se concentra nos municípios de Boa Vista (capital estadual), Cantá, Bonfim, Normandia, Pacaraima e Uiramutã.
A Embrapa de Roraima afirmou ontem que, "devido ao estado de tensão que o Estado está passando, prefere não dar nenhum tipo de informação que possa colocar à prova a imparcialidade da empresa". (SN)


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