São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para Mellão, prefeito precisa ser notificado

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta só terá de deixar o cargo quando for notificado oficialmente da decisão de ontem do Tribunal de Justiça de São Paulo, segundo a interpretação do presidente da Câmara Municipal, Armando Mellão Neto (PMDB), e de sua assessoria jurídica. Mellão foi notificado ontem da decisão e, por determinação do TJ, pediu a publicação da intimação no "Diário Oficial" de hoje.
Para o presidente da Câmara, essa publicação não vale como aviso oficial a Pitta. Serve apenas para dar "publicidade" à decisão da Justiça. "Tomei ciência da decisão, mas não cabe a mim tomar providências para o vice-prefeito assumir", disse.
Mellão se irritou ontem com a presença de assessores do vice-prefeito, Regis de Oliveira, na Câmara. Antes mesmo de ele ser notificado pelo TJ, eles já estavam em seu gabinete. Queriam saber quais medidas Mellão tomaria.
Durante a sessão da tarde de ontem do Legislativo, vereadores da oposição e da situação deram interpretações diferentes sobre os desdobramentos do afastamento.
Para a oposição, a decisão complica a situação do prefeito e abre a possibilidade de parlamentares reverem o apoio ao prefeito para livrá-lo do atual processo de impeachment que ele enfrenta na Câmara.
"Agora, os governistas jamais poderão dizer que não há plausibilidade nas denúncias contra o prefeito", disse José Eduardo Cardozo, líder do PT.
Para ele, a decisão da Justiça reforçaria a suspeita de irregularidades envolvendo o prefeito. Para os governistas, a situação política de Pitta não muda.
"O Poder Judiciário e aqueles que entendem o que a Justiça decidiu sabem que não há problema nenhum nessa decisão", disse Wadih Mutran (PPB), fiel defensor do prefeito na Câmara. "Aqui é uma casa política. Lá é a Justiça."
Os advogados de defesa de Celso Pitta desistiram ontem de ouvir o depoimento dos secretários de Comunicação, Antenor Braido, e de Governo, Carlos Augusto Meinberg, na comissão de impeachment que investiga denúncias contra o prefeito. (JCS)


Texto Anterior: Procurador defende afastamento imediato
Próximo Texto: Nicéa afirma se sentir vitoriosa com a decisão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.