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OPERAÇÃO CONDOR
Entenda a polêmica
O que é
Designa um suposto acordo feito
nos anos 70 e início dos anos 80
por governos militares do Cone
Sul, entre eles o Brasil, de cooperação na ofensiva contra militantes da esquerda
O processo
O Juízo Federal e Criminal e Correcional nº 11 da Argentina está investigando o desaparecimento
de 16 pessoas que se opunham
ao regime militar daquele país.
Três delas teriam sido sequestradas por militares argentinos em
território brasileiro.
Horacio Domingo Campiglia e
Mônica Susana Pinus de Binstock
foram vistos pela última vez em
12 de março de 80 no aeroporto
do Rio, vindos do Panamá para
Buenos Aires.
Lorenzo Ismael Viñas desapareceu durante viagem de ônibus da
cidade argentina de Santa Fé com
destino ao Rio.
Suspeita-se que tenha sido sequestrado por argentinos na cidade brasileira de Uruguaiana,
em 26 de junho de 80
A carta rogatória
O juiz federal argentino Claudio
Bonadio encaminhou à Justiça
brasileira uma carta rogatória (solicitação feita por juiz ou tribunal
de um país ao de outro), com as
seguintes perguntas:
Que poderes tinham as Forças Armadas e de segurança de um país
em outro Estado-membro (da Operação Condor), especificamente se
podiam realizar detenções e levar
as pessoas detidas ao seu país de
origem
Se as Forças Armadas e de segurança dos Estados-membros realizaram operações na fronteira da Argentina com o Brasil e no aeroporto
do Rio entre 79 e 80
Quem eram os funcionários militares ou policiais da Argentina encarregados das operações realizadas em território brasileiro e qual
era a unidade policial ou militar que
as executava <
O objetivo, diz o juiz, é estabelecer
as circunstâncias do desaparecimento e morte dos três argentinos
e localizar seus cadáveres
No Brasil
Com parecer favorável do Ministério Público Federal, o presidente
do STF (Supremo Tribunal Federal),
Carlos Velloso, encaminhou as perguntas ao presidente da República
Encaminhada à Advocacia Geral
da União, a carta foi endereçada aos
ministros Alberto Cardoso (Segurança Institucional) e José Gregori
(Justiça), que pediram informações
à Agência Brasileira de Inteligência
e à Polícia Federal, respectivamente
De posse das respostas, a AGU
deverá encaminhá-las ao presidente do STF, que as remeterá tal como
recebeu à Justiça argentina, por intermédio dos ministérios da Justiça
ou das Relações Exteriores
Consequências
A Justiça argentina espera processar militares argentinos que
venham a ser apontados pelo governo brasileiro como participantes de prisões ilegais em território
brasileiro, seguidas de morte.
Se as investigações que supostamente estão sendo realizadas pelo governo brasileiro indicarem o
envolvimento de brasileiros e isso
vier a público, haverá um prejuízo
político para as Forças Armadas,
provavelmente sem consequências jurídicas, em virtude da Lei da
Anistia
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