São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Clientelismo é comum, dizem estudiosos

DA SUCURSAL DO RIO

Personalistas, conservadores, clientelistas e pouco afáveis a compromissos partidários. Essas são as principais características dos radialistas que se tornam políticos, segundo o cientista político Maurício Ferreira da Silva, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos e da PUC-SP.
"Eles se colocam à parte da relação partidária. O partido cumpre uma exigência institucional e se submete aos interesses dos comunicadores, que exibem como trunfo eleitoral a popularidade entre seus ouvintes", diz Silva, autor do livro "Quem me Elegeu Foi o Rádio", que faz um perfil dos radialistas paulistas eleitos deputados estaduais entre 1986 e 1994.
Segundo ele, só existe fidelidade partidária entre os chamados radialistas-políticos quando a trajetória no rádio coincide com uma história partidária. É o caso de Garotinho, que sempre esteve ligado a partidos de oposição -começou no PT, passou pelo PDT e, agora, está no PSB.
A cientista política Márcia Vidal, professora da UFC (Universidade Federal do Ceará) afirma que grande parte dos candidatos radialistas se utiliza de práticas assistencialistas.
"É o chamado coronelismo eletrônico. Eles doam uma cadeira de rodas para um ouvinte, sorteiam uma casa para outro. Fazem uso no ar de antigas práticas clientelistas que sempre existiram nas regiões mais pobres do país", diz Márcia, autora do livro "Rádio e Política: do Microfone ao Palanque -Os Radialistas Políticos em Fortaleza (1981-1996)". (MFM)


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