São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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PAINEL

Terra arrasada
A esquerda petista não conseguirá barrar a aprovação do salário mínimo. Estima-se que, do "grupo dos 30", no máximo oito deputados votarão contra o governo. Os demais foram enquadrados com promessas de cargos, emendas e apoio na eleição.

Aliança tática
Equacionado o problema com a bancada do PT, o Planalto busca agora apoio dos governadores, em especial os de oposição, para aprovar os R$ 260. Sob alegação de que valor maior quebraria os Estados, eles se encarregariam de convencer seus deputados a votar com o governo.

Força total
Aldo Rebelo está 100% empenhado na votação do mínimo. O ministro sabe que sua liderança será contestada se o Congresso forçar Lula a vetar valor maior.

Pés de barro
Para aliados de José Dirceu, a aproximação de Aldo com o PMDB é um movimento do ministro em busca de suporte partidário mais consistente do que o oferecido por seu PC do B.

Acerto de contas
Cabo de Renan Calheiros na derrota da emenda da reeleição, o peemedebista Sergio Machado (CE) corre o risco de perder a presidência da Transpetro.

Cardápio indigesto
José Sarney ofereceria ontem jantar em homenagem a Maurício Corrêa, recém-saído do STF. Uma das presenças confirmadas era a de Renan Calheiros, que tenta reaproximar-se do presidente do Senado depois de ter bombardeado sua reeleição.

Passo a passo
O plano da Secom para a ida à China incluiu briefing e pronunciamento de Lula antes da viagem, além de entrevista do ministro Furlan a correspondentes estrangeiros. Até agora tudo saiu como previsto, mas a última etapa é a mais complicada: coletiva do presidente na volta.

Júri popular
Tanto ou mais do que a liderança na intenção de voto, alegrou o tucano José Serra sua baixa taxa de rejeição no Datafolha da sucessão paulistana: "E depois dizem que sou antipático".

Fazer o quê
O PFL sabe que, a se manter nos atuais 4%, a campanha de José Pinotti sofrerá asfixia financeira antes mesmo da largada. Nesse caso, o roteiro prevê que o candidato libere o partido para uma composição com os tucanos já no primeiro turno.

Efeito Serra
Antes inclinado a apoiar o petista Fernando Pimentel em Belo Horizonte, Aécio Neves começa a se conformar com a pré-candidatura de Eduardo Azeredo. O senador do PSDB está próximo de aceitar o desafio.

Toque de recolher
Pré-candidato do PT em Salvador, Nelson Pellegrino foi condenado pelo TRE por propaganda antecipada. Terá de retirar cem outdoors da cidade, além de pagar R$ 5.300.

Me querem
Pressionado, o deputado federal Jader Barbalho considera a possibilidade de candidatar-se a prefeito de Belém pelo PMDB.

Mão amiga
Apontado pelo Ministério Público como suspeito de envolvimento na morte de Celso Daniel, o deputado Donisete Braga (PT) recebeu na Assembléia a solidariedade do colega Conte Lopes (PP), capitão da reserva da PM que também se declarou "vítima dos promotores".

Visita à Folha
Lino Oviedo, ex-comandante do Exército e ex-candidato à Presidência do Paraguai, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Elsinho Mouco, assessor de comunicação.

TIROTEIO

De Luiz Antonio Guimarães Marrey, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo, sobre declaração do deputado Professor Luizinho (PT), segundo quem o Ministério Público não deveria "atuar em períodos eleitorais":
-Isso é inaceitável, pois equivaleria a criar uma forma de imunidade em favor de ladrões e outros criminosos, ainda que por tempo limitado.

CONTRAPONTO

Faroeste eleitoral

Na semana passada, o petista Doutor Rosinha (PR) circulava pelos corredores da Câmara dos Deputados, em Brasília, quando deu de cara com a colega tucana Denise Frossard (RJ).
Postulante, durante um bom tempo, à Prefeitura do Rio, a deputada foi preterida por seu partido, que decidiu apoiar a reeleição do pefelista Cesar Maia.
Sem saber das últimas novidades da sucessão carioca, Rosinha perguntou a Frossard:
-E então, como vai sua campanha para virar prefeita?
-Não sou mais candidata. Meu partido puxou meu tapete. Eu caí, mas caí atirando-, respondeu a tucana.
Foi uma referência às declarações em que deixou claro seu descontentamento pelo modo como foi tratada e descartou a possibilidade de apoiar Maia.
-Você está certa. No Rio, o melhor é cair atirando para não ser atingido por bala perdida.


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