São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Na pressão

Longe dos microfones, os senadores reagiram aos novos apuros de Renan Calheiros (PMDB-AL) com menos panos quentes do que de costume na Casa. Embora nenhum se atreva a prever o apocalipse para o peemedebista -que se elegeu e reelegeu presidente distribuindo favores a parlamentares governistas e de oposição-, o discurso mais repetido ontem era o de que Renan "terá de falar" sobre a acusação de que uma empreiteira teria pago despesas fixas do senador, como o aluguel de um apartamento e pensão à jornalista com quem teve uma filha. De acordo com um colega de partido, "vai ter de dizer que quem pagou foi ele". A nota distribuída na tarde de ontem por Renan, repetem seus pares, "não é suficiente".

Um por um. Renan mandou ligar para todos os senadores ontem. A dois com quem falou, avisou que divulgaria nota para explicar as denúncias da revista "Veja". Considerado "gelado" pelos pares, mostrava-se abatido.

Defesa. O escritório que defende o presidente do Senado nas ações referentes ao reconhecimento da paternidade de sua filha com a jornalista Monica Veloso é o de Eduardo Ferrão, sócio do ex-presidente do Supremo Nelson Jobim.

Encalhou. A Operação Navalha cortou ainda na fase de pré-produção o documentário "Jackson Lago - O Timoneiro da Nau Libertária", que seria supervisionado pelo cineasta Silvio Tendler, com narração da atriz Cássia Kiss.

Veja bem. Do senador Jefferson Peres (PDT-AM), estrela da CPI dos Correios, sobre a Operação Navalha, que acusa seu correligionário Jackson Lago de ter recebido propina da empreiteira Gautama. "Assinei o pedido de CPMI, mas ela não me parece oportuna nem necessária". Sobre a situação de Lago: "Não podemos pré-julgar".

Pessoalmente. Lucas Furtado, procurador junto ao TCU, ouviu reclamações de Zuleido Veras sobre a LJA, de seu ex-sócio Latif Abud, pelo fato de a empresa ter ficado com a obra de uma adutora em Brasília depois da separação societária. Furtado afirmou ao dono da Gautama que a decisão já estava tomada.

Mais um. Marcos Mazoni, paranaense ligado ao grupo de Tarso Genro, substituirá Wagner Quirici no comando da Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). O atual titular havia sido indicado pelo deputado Antônio Palocci (SP) dentro da cota do ex-Campo Majoritário.

Plano de vôo. O manifesto do bloquinho da Câmara, que reúne PDT, PSB e PC do B, será lançado em 20 de junho em Brasília. Entre os itens do texto, uma proposta de coligações nas eleições municipais do ano que vem em capitais e em cidades com mais de 200 mil habitantes.

Ousadia 1. A polícia paulista desbaratou ontem esquema em que um preso de Cuiabá ligava para prefeitos do interior de São Paulo, se identificava como Gilberto Kassab (DEM) e pedia ajuda na compra de um carro.

Ousadia 2. Um comparsa do preso arrumava um comprador para o carro, exigia depósitos e o mandava para onde o veículo seria entregue. A Prefeitura de São João da Boa Vista foi usada no golpe.

Visitas à Folha. Aloizio Mercadante, senador pelo PT de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Patrícia de Paula, assessora de imprensa.

Cui Yunxi, editor-chefe-adjunto do jornal chinês "Diário do Povo", visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Zhang Shulin, editor de Teoria, de Liu Huaxin, editor-adjunto de Internacional, de Zhang Ningbin, do Departamento de Relações Internacionais, de Zhang Feng, editor-geral, e de Zhang Chuandu, correspondente no Brasil.

Tiroteio

"O problema não é receber agenda de presente no fim do ano, mas sim estar na agenda de certos empresários o ano inteiro".
Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ) sobre o debate em torno da suposta lista de "mimos" da construtora Gautama a parlamentares.

Contraponto

Alarme falso

Em entrevista coletiva concedida há cerca de duas semanas, Guido Mantega anunciou a isenção do PIS/Cofins para investimentos em diversos setores da economia. Ao enumerá-los em uma de suas respostas, o ministro da Fazenda chegou a incluir a área petrolífera.
Presente à mesa das autoridades, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, esfregou as mãos em comemoração, mas sua alegria durou pouco:
-Gabrielli, não se anime, porque eu me confundi: petróleo não está na lista das isenções.
A cara de decepção do baiano fez a platéia cair no riso.


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