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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Na pressão
Longe dos microfones, os senadores reagiram aos
novos apuros de Renan Calheiros (PMDB-AL) com
menos panos quentes do que de costume na Casa.
Embora nenhum se atreva a prever o apocalipse para
o peemedebista -que se elegeu e reelegeu presidente
distribuindo favores a parlamentares governistas e de
oposição-, o discurso mais repetido ontem era o de
que Renan "terá de falar" sobre a acusação de que
uma empreiteira teria pago despesas fixas do senador,
como o aluguel de um apartamento e pensão à jornalista com quem teve uma filha. De acordo com um colega de partido, "vai ter de dizer que quem pagou foi
ele". A nota distribuída na tarde de ontem por Renan,
repetem seus pares, "não é suficiente".
Um por um. Renan mandou ligar para todos os senadores ontem. A dois com
quem falou, avisou que divulgaria nota para explicar as denúncias da revista "Veja".
Considerado "gelado" pelos
pares, mostrava-se abatido.
Defesa. O escritório que defende o presidente do Senado
nas ações referentes ao reconhecimento da paternidade
de sua filha com a jornalista
Monica Veloso é o de Eduardo
Ferrão, sócio do ex-presidente do Supremo Nelson Jobim.
Encalhou. A Operação Navalha cortou ainda na fase de
pré-produção o documentário "Jackson Lago - O Timoneiro da Nau Libertária", que
seria supervisionado pelo cineasta Silvio Tendler, com
narração da atriz Cássia Kiss.
Veja bem. Do senador Jefferson Peres (PDT-AM), estrela da CPI dos Correios, sobre a Operação Navalha, que
acusa seu correligionário
Jackson Lago de ter recebido
propina da empreiteira Gautama. "Assinei o pedido de
CPMI, mas ela não me parece
oportuna nem necessária".
Sobre a situação de Lago:
"Não podemos pré-julgar".
Pessoalmente. Lucas Furtado, procurador junto ao
TCU, ouviu reclamações de
Zuleido Veras sobre a LJA, de
seu ex-sócio Latif Abud, pelo
fato de a empresa ter ficado
com a obra de uma adutora
em Brasília depois da separação societária. Furtado afirmou ao dono da Gautama que
a decisão já estava tomada.
Mais um. Marcos Mazoni,
paranaense ligado ao grupo
de Tarso Genro, substituirá
Wagner Quirici no comando
da Serpro (Serviço Federal de
Processamento de Dados). O
atual titular havia sido indicado pelo deputado Antônio Palocci (SP) dentro da cota do
ex-Campo Majoritário.
Plano de vôo. O manifesto do bloquinho da Câmara,
que reúne PDT, PSB e PC do
B, será lançado em 20 de junho em Brasília. Entre os
itens do texto, uma proposta
de coligações nas eleições municipais do ano que vem em
capitais e em cidades com
mais de 200 mil habitantes.
Ousadia 1. A polícia paulista desbaratou ontem esquema em que um preso de
Cuiabá ligava para prefeitos
do interior de São Paulo, se
identificava como Gilberto
Kassab (DEM) e pedia ajuda
na compra de um carro.
Ousadia 2. Um comparsa
do preso arrumava um comprador para o carro, exigia depósitos e o mandava para onde o veículo seria entregue. A
Prefeitura de São João da Boa
Vista foi usada no golpe.
Visitas à Folha. Aloizio
Mercadante, senador pelo PT
de São Paulo, visitou ontem a
Folha. Estava acompanhado
de Patrícia de Paula, assessora
de imprensa.
Cui Yunxi, editor-chefe-adjunto do jornal chinês "Diário
do Povo", visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de
Zhang Shulin, editor de Teoria, de Liu Huaxin, editor-adjunto de Internacional, de
Zhang Ningbin, do Departamento de Relações Internacionais, de Zhang Feng, editor-geral, e de Zhang Chuandu, correspondente no Brasil.
Tiroteio
"O problema não é receber agenda de presente
no fim do ano, mas sim estar na agenda
de certos empresários o ano inteiro".
Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ) sobre o debate em torno da
suposta lista de "mimos" da construtora Gautama a parlamentares.
Contraponto
Alarme falso
Em entrevista coletiva concedida há cerca de duas semanas, Guido Mantega anunciou a isenção do PIS/Cofins
para investimentos em diversos setores da economia. Ao
enumerá-los em uma de suas respostas, o ministro da Fazenda chegou a incluir a área petrolífera.
Presente à mesa das autoridades, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, esfregou as mãos em comemoração, mas sua alegria durou pouco:
-Gabrielli, não se anime, porque eu me confundi: petróleo não está na lista das isenções.
A cara de decepção do baiano fez a platéia cair no riso.
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