São Paulo, terça, 26 de maio de 1998

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PAINEL

Vexame internacional
Na primeira semana de junho, o Brasil sofrerá a primeira condenação pública da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA desde 85. O governo será culpado pelo assassinato em 84 do sindicalista rural João Canuto no sul do Pará.

Atraso fatal
O Brasil tentou tarde demais um acordo para evitar a censura pública por conta da morte de João Canuto. A condenação só tem efeito moral, mas repercute. A última, em 85, internacionalizou o problema dos ianomami.

Jogo de cena
É para inglês ver a reação de naturalidade dos tucanos diante das últimas pesquisas eleitorais. Caciques avaliam que FHC precisa ganhar bem a eleição, de preferência no 1º turno, para fazer mudanças na economia.

Dedo na ferida
De um pefelista, sobre a torcida palaciana pela candidatura Lula: "Importante é que FHC chegue lá pelos seus méritos e não pelos defeitos do Lula".

Conexão Mombaça±±±±±
Eunício Lopes de Oliveira, genro de Paes de Andrade, é o novo presidente do PMDB cearense. Bateu o cacique Mauro Benevides, que mandava no partido há 30 anos no Estado.

Pegando no pé
Está fazendo sucesso no Rio um adesivo mandado confeccionar pelo PL. Diz ele: "Não sou vagabundo. Sou professor".

Prestígio em jogo
Temer decidiu jogar todas as fichas na votação do processo de cassação de Pedrinho Abrão (PTB) na sessão de amanhã da Câmara. "Pode parecer que está na minha gaveta, e eu não quero ficar como este ônus."

Aliança comuno-liberal
Com Itamar sem a legenda do PMDB, o PL voltou a conversar com Ciro Gomes (PPS). Uma eventual aliança dos dois partidos deixará Ciro com quase dois minutos de tempo de televisão.

Território comanche
A eleição de São Paulo chegou à Comissão de Minas e Energia da Câmara, onde Vadão Gomes (PPB), seu presidente, decidiu organizar uma frente contra a privatização da Cesp.

Grande negócio
Paulo Heslander (PTB) vai sugerir hoje a FHC um programa de demissões voluntárias na Telebrás. Como a empresa será privatizada em julho, falta saber quem pagará as indenizações.

Idéia arriscada
FHC incumbiu Amadeo (Trabalho) de procurar as lideranças do Congresso para começar a negociar projetos de flexibilização das leis trabalhistas logo após votação do 2º turno da reforma da Previdência. Quer ter discurso contra o desemprego.

Oposição em casa
Líderes no Congresso não querem nem ouvir falar de flexibilizar leis trabalhistas antes da eleição. Avaliam que é o tiro vai sair pela culatra: em vez de instrumento para aumentar o emprego, pode ser visto como arrocho de quem está empregado.

Seca via satélite
O governador Mão Santa, do Piauí, está irritado com as redes de TV . As emissoras não mostraram ainda a seca no seu Estado. Sem as imagens da miséria, fica mais difícil a conquista de recursos federais, avaliam os marketeiros de Teresina.

Política da água
Para os políticos nordestinos, só uma coisa faria ACM mudar sua posição contrária ao projeto de transposição do São Francisco. O governo federal precisaria bancar 560 mil hectares de irrigação na Bahia.

Barril de pólvora

O Movimento Nacional de Luta por Moradia quer parar de 14 a 16 capitais no dia 4 de junho. Além de manifestações, a entidade pretende promover invasões de prédios urbanos.

Visita à Folha
O deputado federal Paulo Bornhausen (PFL-SC) visitou ontem a Folha.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO

Do senador Carlos Wilson (PSDB-PE), dando razão a ACM, que criticou o governador Miguel Arraes (PE) por não combater os saques:
- Pernambuco é o Estado com o maior número de saques do país por causa do estilo do Arraes de empurrar as coisas com a barriga. É um mal exemplo para o Brasil, por estimular uma onda de saques.

CONTRAPONTO

Cão que ladra
O senador Francelino Pereira (PFL-MG) ainda é lembrado por ter dito, em 78, quando presidia a Arena, que estava a frente do "maior partido do Ocidente".
Na época, numa convenção do partido, um prefeito abordou Francelino e perguntou:
- O sr. se lembra de mim?
Francelino não passou recibo:
- Como vai? O que tem feito de bom na nossa prefeitura?
Maroto, o prefeito disparou:
- Não tenho feito muita coisa. Mas já estou quase rico!
Sem saber se o prefeito estava brincando ou falando sério, mas desconfiando do pior, Francelino passou uma tremenda descompostura no correligionário.
Em seguida, Francelino encontrou o então senador mineiro Magalhães Pinto, um de seus padrinhos políticos, e contou a história indignado.
Magalhães riu e comentou:
- Não liga, não, Francelino. Esses que dizem que roubam não são de nada. Pior mesmo são os que posam de honestos.



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