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QUESTÃO AGRÁRIA
Movimento protesta contra atraso de verbas para assentados
MST invade sete agências
do Banestado no Paraná
ROGER MODKOVSKI
da Agência Folha, em Curitiba
Cerca de 1.100
agricultores ligados ao MST
(Movimento
dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) invadiram ontem sete agências do
Banestado no Paraná, em protesto
contra o atraso na liberação de recursos para assentamentos e contra a privatização do banco, que é
do governo estadual.
Foram invadidas, a partir das
11h, agências em Londrina, Paranavaí, Nova Laranjeiras, Pato
Branco, Ponta Grossa, Cascavel e
Foz do Iguaçu. O atendimento ao
público prosseguiu normalmente.
Até as 17h de ontem, os agricultores continuavam em pelo menos
cinco agências, segundo o banco.
O MST paranaense anunciou que
os trabalhadores só sairão se forem recebidos pelo governador
Jaime Lerner (PFL). Caso não haja
negociação, haverá novas invasões, segundo o movimento.
O MST reivindica a liberação de
R$ 5 milhões do programa "Paraná 12 Meses" que teriam sido
prometidos para 10 mil famílias
assentadas e verba de um convênio técnico para a contratação de
engenheiros agrônomos, interrompido em março de 97.
Os sem-terra também protestam
contra a privatização do Banestado, considerado o único banco capaz de financiar o pequeno produtor no Estado, segundo Nildemar
da Silva, da coordenação estadual
do movimento.
O assessor de imprensa da Secretaria da Agricultura do Paraná,
Celso Nascimento, disse que os recursos do "Paraná 12 Meses"
não estão sendo negados aos trabalhadores rurais sem terra.
"Mas existem regras para que
esses recursos sejam liberados, e o
MST não as está respeitando",
afirmou. Segundo Nascimento, o
MST quer o dinheiro na mão, mas
o governo só pode entregá-lo aos
conselhos municipais.
Em cada município paranaense,
foi formado um conselho para definir como aplicar os recursos do
programa que, somente neste ano,
serão R$ 137 milhões.
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