MARCELO TEIXEIRA
da Agência Folha

A segurança se tornou a principal preocupação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nos preparativos para o ato público contra a seca e a fome que realizará quinta-feira em Petrolina (721 km a oeste de Recife).
A entidade quer impedir a ocorrência de atos violentos como os que marcaram o protesto contra o desemprego promovido na semana passada, em Brasília.
A central está organizando um sistema de segurança paralelo ao que será usado pela PM (Polícia Militar) de Pernambuco. Cerca de 60 pessoas estão sendo recrutadas junto aos sindicatos filiados à CUT na região de Petrolina para isso.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, declarou ontem estar certo de que pessoas estranhas ao movimento sindical se infiltraram na manifestação de Brasília para tumultuar. "Estamos trabalhando para que isso não ocorra em Pernambuco", afirmou.
Vicentinho disse acreditar que a ocorrência de violência em atos promovidos pela central é prejudicial à imagem da entidade e que "existem grupos interessados em que esta violência ocorra".
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT) e o governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), participarão do ato, na Concha Acústica de Petrolina.
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e de sindicatos também estarão presentes. A CUT estima que cerca de 5.000 pessoas assistirão ao ato.
O ato público é um dos eventos incluídos na programação do seminário "O Nordeste Além da Seca", que começa amanhã no centro de convenções Clementino Coelho, em Petrolina. Também consta do programa uma visita a áreas atingidas pela seca, em Lagoa Grande e Isacolândia.
Vicentinho afirmou que Petrolina foi escolhida para receber o evento por ser o "centro do polígono das secas". Segundo ele, um documento propondo alternativas para combater o problema será elaborado durante o seminário.



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