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REFORMA
Promulgação de emenda da administrativa depende de aprovação desse projeto, que deve ir a plenário
Aumento disfarçado de juiz pode sair hoje
SILVANA DE FREITAS
VANESSA HAIGH
da Sucursal de Brasília
A Câmara dos Deputados deve
votar hoje um projeto de lei que
institui aumento disfarçado para
os cerca de 3.000 juízes que integram o Poder Judiciário da União.
A emenda constitucional da reforma administrativa está dependendo da aprovação desse projeto
para ser promulgada.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
pretendia promulgá-la nesta semana, mas terá de aguardar a
apreciação do projeto pelo Senado
e sanção pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso.
A proposta diminui de 10% para
5% a diferença entre o salário dos
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o dos tribunais
superiores, o que permitirá reajuste em cascata para todas as instâncias judiciais. Está previsto aumento retroativo a janeiro último.
A Folha apurou que os juízes federais que estão em início de carreira passarão a receber R$ 9.788,
86,5% a mais que os atuais R$
5.248 (remuneração bruta), se o
teto salarial do funcionalismo público for fixado em R$ 12.720.
O valor do teto será estabelecido
por negociação entre o Planalto, o
Congresso e o STF, após promulgada a reforma administrativa.
O percentual de aumento de cada juiz depende da instância judicial em que ele atua e do tempo de
serviço. O índice é elevado para os
que estão em início de carreira,
porque a reforma acaba com adicionais por tempo de serviço, unificando os salários pelo maior.
Toda a remuneração do Poder
Judiciário da União é vinculada à
da instância superior. O salário
dos juízes classistas, que representam patrões e empregados na Justiça do Trabalho, deverá ser desvinculado. Se isso ocorrer, eles serão os únicos sem aumento.
A reforma só deverá ser promulgada depois da aprovação desse
projeto, para garantir a exclusão
dos juízes classistas do reajuste escalonado e a retroatividade do aumento para outros magistrados.
Os juízes apostam na aprovação
do projeto, porque ele foi negociado com a área econômica. O presidente do STJ (Superior Tribunal
de Justiça), Pádua Ribeiro, comandou pressão sobre FHC e Pedro Malan, ministro da Fazenda.
Há quase dois meses, após acordo com a área econômica, a base
parlamentar do governo aprovou
a tramitação em regime de urgência. A proposta inicial permitiria
aumentos maiores.
Para o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), desembargador Luiz Fernando de Carvalho, os aumentos são
necessários para evitar aposentadorias precoces. O presidente da
Associação dos Juízes Federais,
Tourinho Neto, afirmou que há
clima de insatisfação e risco de paralisação parcial dos trabalhos caso essa questão não seja resolvida.
Cassação
O atraso nas votações dos pedidos de cassação pode permitir que
deputados que são alvo de processos se candidatem nas eleições.
O único que deverá ter o seu pedido votado até outubro é Pedrinho Abrão (PTB-GO). Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara, vai fazer um apelo para que
seja votado ao menos o processo
de Chicão Brígido (PMDB-AC) e o
da suplente Adelaide Neri
(PMDB-AC). O julgamento de
Abrão foi marcado para amanhã.
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