NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

- O nordestino, ele quer trabalho.
Era d. Cláudio Hummes, cardeal-arcebispo de São Paulo, em sua primeira intervenção política, ontem na Jovem Pan.
Para o sucessor de d. Paulo, cesta básica é bom, alimenta, mas faz o nordestino se sentir "humilhado". O que o nordestino quer, como tantos brasileiros, é emprego.
A intervenção casou com o registro, pela Globo, das "viúvas de marido vivo". Em Pernambuco, uma pequena cidade atingida pela seca perdeu mais de 200 maridos, saídos atrás de emprego.

Enquanto isso, um comercial eleitoral do Ministério do Trabalho dizia:
- O desemprego é mundial. Os programas federais estão colaborando para tornar a taxa menor do que em países mais desenvolvidos, como Espanha e Alemanha.
Também o Ministério do Planejamento entrou no esforço. Pagou um certo "Nordeste Já", série de comerciais com Lima Duarte, parte do "Brasil em Ação":
- Pessoal, venho trazer informações importantes e esperanças para todos os brasileiros que estão sofrendo com a seca do El Niño.
O desemprego, como se vê, é "mundial". A seca, como se vê, é "do El Niño".
FHC não responde por nada. Enfrenta grandes problemas com grandes doses de publicidade.

Abertamente eleitoral foi também o ministro da Política Fundiária, ontem:
- Eu quero pedir a todo eleitor que nos vê que saiba, no período eleitoral, discernir o governador que sabe manter a ordem.
Foi ataque direto a Miguel Arraes, que fechou com Lula. E é de ordem que se trata, outra vez. "Ordem", como no bordão eleitoral dos comerciais do PFL.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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