São Paulo, terça, 26 de maio de 1998

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SUCESSÃO
PT vai indicar hoje, em encontro com partidos aliados, nomes ligados ao pré-candidato à Presidência
Frente define cúpula da campanha de Lula

CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

O comando da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será definido hoje em reunião em São Paulo dos quatro partidos que apóiam a candidatura (PT, PDT, PSB e PC do B).
Leonel Brizola (PDT) e Lula vão participar do encontro. O PT já definiu os nomes que serão anunciados hoje: Ozéas Duarte (comunicação), Clara Ant (finanças) e Delúbio Soares (agenda).
Os três petistas que passam a integrar a cúpula da campanha pertencem a grupos moderados do partido. Ant e Delúbio são da Executiva da legenda e da corrente centrista "Articulação", a mesma de Lula.
Duarte é da "Democracia Radical", a "direita" do espectro petista e que tem no deputado José Genoino a sua expressão mais conhecida. Antes, Lula já havia indicado o deputado Luiz Gushiken como o coordenador-geral da campanha. Gushiken é homem de confiança do líder petista.
Todas as escolhas da campanha indicam que Lula quer ter o controle total de sua terceira empreitada presidencial. Na avaliação de Lula, parte de suas duas derrotas anteriores deve ser atribuída ao excesso de componentes na cúpula e, também, ao fato de não haver unidade mínima no comando.
Os outros partidos da frente também vão indicar nomes para a direção colegiada. Brizola e Lula vão discutir, ainda, candidaturas aos governos da Bahia e do Amapá. Há divergência entre os partidos da frente nos dois Estados.

Rio
Um dia depois da convenção que referendou o veto à candidatura de Vladimir Palmeira (PT) ao governo fluminense, os caciques petistas acham que o desgaste causado pelo episódio será restrito ao diretório fluminense.
A aposta no prejuízo mínimo é embasada no compromisso de todas as correntes do partido, mesmo as mais ortodoxas, de fazer a campanha de Lula.
A "esquerda" petista bancou a candidatura de Palmeira na convenção e hoje, majoritariamente, é contra apelar à Justiça para assegurar o direito de Palmeira.
José Dirceu, presidente do PT, disse que a ameaça de agressão que sofreu de adeptos de Palmeira prejudicou seus adversários: "A imagem que ficou é que a democracia nossa é a do voto e a deles, a do "corredor polonês"'.
Ontem, Palmeira afirmou que manterá a campanha na rua e que recorrer à Justiça é a única maneira de continuar candidato.


Colaborou a Sucursal do Rio



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