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Presidente do TSE afirma ser
contra a adoação da reeleição
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O presidente do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), ministro Ilmar Galvão, disse ontem à Folha
que é contra a reeleição.
Segundo ele, a experiência favorece o uso da máquina dos governos nas campanhas.
"Pessoalmente, sou contra a
reeleição. Se eu pudesse decidir,
não haveria. O país ainda não
comporta esse instituto. Há muita
dependência de eleitores em relação aos governantes, especialmente nos Estados mais pobres."
Segundo Galvão, pessoas que recebem cestas básicas do governo e
ajuda oficial para manter filhos
em escola pública tornam-se vulneráveis à influência do poder político.
Ele disse que o maior risco de
abuso está nas candidaturas à reeleição de governadores de Estados
com população mais carente e
afastou a possibilidade de abuso
na campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso. Para
ele, FHC age com cautela.
O ministro citou particularmente o caso do governador do Acre,
Orleir Cameli (PFL), que comanda
programas oficiais de distribuição
de alimentos e outros bens.
"Estive lá no último final de semana. O que vi é desalentador. A
distribuição não é feita diretamente pelo governador, mas os bônus
desses programas são para ele."
Ilmar Galvão reafirmou ontem
que os governadores que utilizarem a máquina administrativa de
forma escandalosa na disputa pela
reeleição correm risco de ser declarados impedidos de concorrer
pela Justiça Eleitoral.
A Lei de Inelegibilidades, de
1990, dá poder à Justiça Eleitoral
para declarar impedidos de disputar eleições os que cometem abusos de poder político e econômico.
Os sete ministros do TSE devem
julgar hoje à noite dois processos
em que o PT acusa FHC de usar a
máquina do governo para obter o
apoio do PMDB à sua candidatura.
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