São Paulo, Quarta-feira, 26 de Maio de 1999
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NO AR
O presidente sabia

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Entrou Renato Machado e nada. Franklin Martins, nada. Míriam Leitão, nada. Para o Bom Dia Brasil, ontem, não havia fitas com FHC.
A Globo resistiu até achar seu discurso no início da tarde, quando o jornal Hoje noticiou -e reproduziu trecho do diálogo de FHC. E tome declarações de governistas.
Globo e as semi-estatais Cultura e TVE entraram com a cobertura ao mesmo tempo -ao mesmo tempo em que os governistas padronizaram as suas declarações.
A resposta central foi "café requentado", na expressão lançada pelo tucano Arthur Virgílio. ACM falou depois em "assunto requentado".
Na própria Globo, à tarde, um analista dizia que "o efeito grampo é antigo".
Assim foi, na Globo como na Globo News, até o Jornal Nacional. Acabou então, subitamente, a resistência. Reproduziu-se mais do diálogo de FHC, com maior comprometimento. E se ouviu Lula, afinal. E veio a manchete:
- Grampos mostram que o presidente sabia que o BNDES queria ajudar o Opportunity.

Não se seguiu uma linha só, nas respostas governistas. PFL e PMDB aproveitaram para atacar os "auxiliares", vale dizer, tucanos.
Aproveitaram também, ACM à frente, para criticar a "linguagem" rasteira de FHC ao telefone.

No item "linguagem", ninguém foi mais engraçado que Pimenta da Veiga:
- Não posso ir à interpretação desta ou daquela palavra... A análise de qualquer texto é subjetiva. Não posso fazer a exegese... Aí há pronomes oblíquos que você não determina a quem se referem.
Falava do diálogo de FHC. A edição do JN, depois, expôs de vez o ministro porta-voz.

FHC foi citado na TV, o dia todo, pelo semblante "abatido" e por criticar as CPIs que expõe "as tripas" do poder.


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