FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, afirmou ontem que apóia a candidatura à reeleição do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB). Se a decisão for confirmada pelo partido na convenção estadual de sexta-feira, o presidenciável do PPS, Ciro Gomes, ficará sem o palanque de seu próprio partido no Estado.
A tendência é que os convencionais de Pernambuco sigam, na convenção, a posição de Freire e formalizem o rompimento da Frente Trabalhista no Estado.
O apoio a Jarbas seria informal, já que os dois partidos, PPS e PMDB, têm candidatos à Presidência: Ciro e José Serra (PSDB), que tem como vice a peemedebista Rita Camata. A verticalização determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral proíbe a coligação nos Estados entre partidos adversários na eleição presidencial.
O PDT e o PTB, que em nível nacional se aliaram a Ciro, romperam com Freire em Pernambuco. E não há clima de reconciliação. Os dois partidos ainda não decidiram se vão disputar o governo. Sem o apoio da Frente Trabalhista no Estado, Freire vai disputar vaga na Câmara Federal.
"Não vamos tentar a reeleição ao Senado porque, com esse isolamento que sofremos por essa atitude completamente inconsequente e desrespeitosa do PTB e do PDT de Pernambuco, não podemos marchar para isso", disse Freire à Agência Folha.
Para Freire, apoiar Jarbas, que até março era apontado como o candidato a vice dos sonhos de Serra, não prejudica Ciro nem lhe faz sentir constrangido. "Sempre tive diálogo com o Jarbas."

"Manipulação"
Ciro disse ontem que os direitos da população estão sendo negados por conta dos interesses eleitorais, ao comentar as investigações da Polícia Federal envolvendo petistas de Santo André (SP). "Eu não confio mais no telefone", disse Ciro sobre possíveis escutas.