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TROCA-TROCA
Considerada uma resposta a FHC, saída ocorreu no aniversário da legenda tucana; outros seis parlamentares podem sair
Dirceu articula, e 7 deputados deixam PSDB
KENNEDY ALENCAR
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa articulação avalizada pelo Planalto, sete deputados federais do PSDB deixaram o partido ontem, dia em que a sigla tucana
completou 15 anos. Outros seis tendem a fazer o mesmo. Desvinculado da articulação de ontem, Luiz Piauhylino (PE) saiu do
PSDB na semana passada, mas havia ontem um movimento para
tentar trazê-lo de volta.
Todos juntos são conhecidos no
governo como G-14, grupo que
deseja integrar a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
que tem bom trânsito com o ministro da Casa Civil, José Dirceu.
A Folha apurou que a saída de
deputados do PSDB no dia do
aniversário do partido foi um recado de Lula ao ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso,
que, em entrevista recente ao site
do PSDB, elevou o tom oposicionista, quebrando um acordo de
não-agressão que teria firmado.
A debandada do G-14, se confirmada, faria o PSDB cair da quarta
para a sexta posição no ranking
das bancadas da Câmara. PTB e
PP receberiam a maioria dos ex-tucanos, ultrapassando o PSDB.
Possibilidade menor é que os deputados integrem um novo partido, de dissidentes da oposição.
Os sete que anunciaram ontem
a saída do PSDB são: Inaldo Leitão (PB), Ricardo Rique (PB), Alexandre Santos (RJ), Doutor Heleno (RJ), Salvador Zimbaldi (SP),
Osmânio Pereira (MG), Feu Rosa
(ES). Os seis que podem deixar o
partido: Ariosto Holanda (CE),
José Arnon (CE), Romeu Feijó
(CE), Jovair Arantes (GO), Nárcio
Rodrigues (MG) e Paulo Feijó
(RJ). Piauhylino completa o G-14.
Segundo a Folha apurou, Dirceu, que foi o elo do PT com FHC
na campanha eleitoral, teve encontros reservados com o ex-presidente após a posse de Lula.
O ministro da Casa Civil tem
conduzido com eficácia as articulações que possibilitaram a Lula
uma base parlamentar suficiente
para aprovar as reformas.
Como FHC atacou o governo na
semana passada, veio o sinal verde de Lula e Dirceu para que parte
do G-14 deixasse ontem o partido.
Desde o início do ano, esse grupo
procura Dirceu, dizendo que deseja cooperar com o governo. Em
troca, espera cargos e verbas. A
cúpula tucana ficou contrariada.
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), disse que
esses ex-tucanos "prestaram uma
grande homenagem ao partido
no dia do seu aniversário". O presidente da legenda, José Aníbal,
não quis se manifestar.
Nos bastidores, a cúpula tucana
acusa o G-14 de fisiologismo. Os
deputados rebatem a acusação.
"O PSDB virou um partido de cúpula, com um líder que não lidera
e com um presidente que é contestado pelos governadores", disse Feu Rosa.
O PSDB, que elegeu 70 deputados, tinha 62, já excluído Piauhylino. Com a debandada de ontem, a
legenda ficou com 55. Se perder
mais 6, ficará com 49.
O PTB, com 48 deputados até
ontem, pode filiar pelo menos 3
ex-tucanos e atingir 51. "Ainda
não há nada acertado, mas seriam
recebidos de braços abertos", disse o líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ).
O PP, com 47, pode receber 3
ex-tucanos e chegar a 50. O líder
do PP na Câmara, Pedro Henry
(MT) também tem conversado
com membros do G-14.
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