|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para economistas, valor
não justifica a reforma
DA REPORTAGEM LOCAL
"Baixando só um pouquinho a
taxa de juros, a gente já faz uma
economia maior", disse a economista Rosa Maria Marques (PUC-SP), especialista em Previdência,
sobre o valor da redução de gastos
esperado pelo governo com a reforma previdenciária.
Os R$ 21 bilhões a serem economizados entre 2004 e 2010, para
Marques e para Eli Iôla Gurgel, especialista da UFMG, não justificam a reforma. Ao menos não do
ponto de vista fiscal.
São contra, dizem, por custos
maiores que esses. A professora
da PUC diz que o projeto do governo enfraquece o Estado e prejudica injustamente os atuais servidores.
"Estou perplexa com o número", disse Gurgel. "Do ponto de
vista fiscal, é indefensável."
O valor, ela afirma, indica que o
objetivo fundamental do governo
parece ser menos o de fazer economia que o de "abrir a picada"
dos fundos complementares para
o mercado, interessado no setor,
mas incapaz de, por si só, conseguir fazê-lo crescer.
"Esses números vão reforçando
a idéia de que as reformas estruturais são mais importantes do que
os cortes dos gastos previdenciários. Se é isso, a reforma é mais
importante pelas novas estruturas que ela faz nascer, como os
fundos", afirma Gurgel.
Ela compara os R$ 21 bilhões
com o déficit previsto para o ano
no sistema dos trabalhadores do
setor privado. "São R$ 5 bilhões a
menos do que o déficit do INSS
estimado para este ano. E, no conceito basilar da reforma, o regime
geral [INSS] é considerado em situação de sustentabilidade."
(RAFAEL CARIELLO)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Petistas e CUT se unem para avaliar mudanças Índice
|