UOL

São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para economistas, valor não justifica a reforma

DA REPORTAGEM LOCAL

"Baixando só um pouquinho a taxa de juros, a gente já faz uma economia maior", disse a economista Rosa Maria Marques (PUC-SP), especialista em Previdência, sobre o valor da redução de gastos esperado pelo governo com a reforma previdenciária.
Os R$ 21 bilhões a serem economizados entre 2004 e 2010, para Marques e para Eli Iôla Gurgel, especialista da UFMG, não justificam a reforma. Ao menos não do ponto de vista fiscal.
São contra, dizem, por custos maiores que esses. A professora da PUC diz que o projeto do governo enfraquece o Estado e prejudica injustamente os atuais servidores.
"Estou perplexa com o número", disse Gurgel. "Do ponto de vista fiscal, é indefensável."
O valor, ela afirma, indica que o objetivo fundamental do governo parece ser menos o de fazer economia que o de "abrir a picada" dos fundos complementares para o mercado, interessado no setor, mas incapaz de, por si só, conseguir fazê-lo crescer.
"Esses números vão reforçando a idéia de que as reformas estruturais são mais importantes do que os cortes dos gastos previdenciários. Se é isso, a reforma é mais importante pelas novas estruturas que ela faz nascer, como os fundos", afirma Gurgel.
Ela compara os R$ 21 bilhões com o déficit previsto para o ano no sistema dos trabalhadores do setor privado. "São R$ 5 bilhões a menos do que o déficit do INSS estimado para este ano. E, no conceito basilar da reforma, o regime geral [INSS] é considerado em situação de sustentabilidade."
(RAFAEL CARIELLO)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Petistas e CUT se unem para avaliar mudanças
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.