DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os três novos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) tomaram posse ontem em uma cerimônia na qual eles próprios e os outros presentes evitaram críticas ao governo. Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, durante um discurso, que nem o Congresso Nacional nem o Poder Judiciário conseguirão impedi-lo de colocar o Brasil em posição de destaque.
Nomeados por Lula, assumiram a função de ministro do STF Antonio Cezar Peluso, 60, ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Carlos Ayres de Britto, 60, que era advogado em Sergipe, e Joaquim Benedito Barbosa Gomes, 48, ex-procurador da República no Rio de Janeiro.
A posse ocorre no momento em que os juízes pressionam o governo a recuar na reforma da Previdência para excluí-los das medidas nela previstas. O Planalto resiste. Lula foi representado pelo vice-presidente, José Alencar. Também compareceram à solenidade o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, entre outras autoridades.
O presidente da República cancelou a ida anteontem, logo após dizer em discurso que "não tem Congresso, não tem Judiciário" que impedirá o Brasil de ocupar uma posição de destaque.
Carlos Ayres Britto citou ditado do Nordeste para expressar a sua opinião sobre esse atrito entre os Poderes: "É no tranco da carroça que as abóboras se ajeitam."
O ministro da Justiça disse que Lula havia apenas usado uma "figura de retórica". Na mesma linha, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rubens Approbato, afirmou que "a crítica ajuda a construir". (SILVANA DE FREITAS)


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