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PT SOB SUSPEITA
Peralta afirma que não repassou dinheiro para o partido, mas legenda tem dois recibos no valor de R$ 48 mil emitidos por firma
PT diz que doação, que empresa nega, é legal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A direção nacional do PT enviou à Folha na noite de sexta-feira nota em que nega as acusações
do secretário de Habitação de
Mauá (SP) Altivo Ovando Jr. de
cobrança de propina no valor de
R$ 1,8 milhão para instalação de
um shopping center e afirma que
as doações recebidas da empresa
Peralta Investimentos Participações Ltda. estão dentro da lei.
Em nome da empresa, no entanto, Valter Cunha Monacci, assessor da diretoria, disse que nada
foi pago ao partido: "Não foi feito
nenhum pagamento de qualquer
valor. Nem é questão de negar ou
não, porque não negamos, simplesmente falamos a verdade: isso
não aconteceu e acabou".
Já a direção nacional do PT informou que o diretório nacional
recebeu duas doações legais e espontâneas da empresa Peralta Investimentos e Participações Ltda.,
conforme consta na prestação de
contas do PT disponível no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
De acordo com o partido, uma
das doações foi feita em 6 de novembro de 2000 e a outra em 5 de
janeiro do ano seguinte. Ambas
com o valor de R$ 48 mil.
Entre os documentos do Ministério Público, constam comprovações das doações. "Refutamos
as acusações infundadas do ex-secretário de Habitação de Mauá e
reafirmamos que as doações foram feitas inteiramente dentro da
lei", afirma o PT na nota.
Questionada sobre as acusações, a empresa Peralta informou
que já prestou todos os esclarecimentos ao Ministério Público, há
cerca de 30 dias.
O grupo Peralta é dono de 25 lojas no interior de São Paulo e é administrado pela família de mesmo nome.
Monacci também negou que a
rede de supermercados tenha recebido notas frias que justificavam a entrega do dinheiro ao PT.
O partido teria emitido notas de
uma produtora de vídeo para explicar parte da despesa. "Na nossa
empresa não tem nota fiscal nenhuma em nome de empresa de
vídeo, assim como não foi assinado qualquer cheque pelo comando da empresa", afirma ele.
"Se emitiram essa nota, não sei.
O que sei é que não pagamos nada", afirmou. O assessor da companhia confirma que a Brasterra
Empreendimentos Imobiliários
Ltda., com sede em Cubatão, é
uma das empresas do grupo, mas
informa que a nota fiscal, emitida
pela Flash tendo como cliente a
Brasterra, não foi recebida pela
empresa. "Não fizemos nenhum
negócio com essa empresa de comunicação", afirma.
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