São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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PT SOB SUSPEITA

Peralta afirma que não repassou dinheiro para o partido, mas legenda tem dois recibos no valor de R$ 48 mil emitidos por firma

PT diz que doação, que empresa nega, é legal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

A direção nacional do PT enviou à Folha na noite de sexta-feira nota em que nega as acusações do secretário de Habitação de Mauá (SP) Altivo Ovando Jr. de cobrança de propina no valor de R$ 1,8 milhão para instalação de um shopping center e afirma que as doações recebidas da empresa Peralta Investimentos Participações Ltda. estão dentro da lei.
Em nome da empresa, no entanto, Valter Cunha Monacci, assessor da diretoria, disse que nada foi pago ao partido: "Não foi feito nenhum pagamento de qualquer valor. Nem é questão de negar ou não, porque não negamos, simplesmente falamos a verdade: isso não aconteceu e acabou".
Já a direção nacional do PT informou que o diretório nacional recebeu duas doações legais e espontâneas da empresa Peralta Investimentos e Participações Ltda., conforme consta na prestação de contas do PT disponível no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
De acordo com o partido, uma das doações foi feita em 6 de novembro de 2000 e a outra em 5 de janeiro do ano seguinte. Ambas com o valor de R$ 48 mil.
Entre os documentos do Ministério Público, constam comprovações das doações. "Refutamos as acusações infundadas do ex-secretário de Habitação de Mauá e reafirmamos que as doações foram feitas inteiramente dentro da lei", afirma o PT na nota.
Questionada sobre as acusações, a empresa Peralta informou que já prestou todos os esclarecimentos ao Ministério Público, há cerca de 30 dias.
O grupo Peralta é dono de 25 lojas no interior de São Paulo e é administrado pela família de mesmo nome.
Monacci também negou que a rede de supermercados tenha recebido notas frias que justificavam a entrega do dinheiro ao PT.
O partido teria emitido notas de uma produtora de vídeo para explicar parte da despesa. "Na nossa empresa não tem nota fiscal nenhuma em nome de empresa de vídeo, assim como não foi assinado qualquer cheque pelo comando da empresa", afirma ele.
"Se emitiram essa nota, não sei. O que sei é que não pagamos nada", afirmou. O assessor da companhia confirma que a Brasterra Empreendimentos Imobiliários Ltda., com sede em Cubatão, é uma das empresas do grupo, mas informa que a nota fiscal, emitida pela Flash tendo como cliente a Brasterra, não foi recebida pela empresa. "Não fizemos nenhum negócio com essa empresa de comunicação", afirma.


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