DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, carrega a fama de ser uma workaholic desde sua passagem em secretarias da Prefeitura de Porto Alegre e do governo gaúcho. Sua imagem é de uma pessoa solícita, mas exigente consigo mesma e com os outros.
Sua ansiedade é tão grande que, apesar de não fumar, ela chega a pedir para dar uma baforada no cigarro de alguém que esteja próximo em momentos de nervosismo. Além do cigarro bissexto, Dilma demonstra sua tensão quebrando canetas esferográficas na mesa, ao pressioná-las com força.
Ex-guerrilheira, Dilma recuperou seus direitos políticos com a Lei de Anistia, de 1979. Foi secretária da Fazenda de Porto Alegre de 1986 a 88 e comandou a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul nos governos de Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).
O office-boy Marcelo Colpes trabalhou com Dilma na Secretaria de Minas no governo Olívio (1999-2002). ""Com ela, tudo era para ontem. Eu era o primeiro a chegar na secretaria. Abria seus e-mails, selecionava, imprimia e colocava na mesa dela. Às 8h10, ela ligava e eu dava um resumo dos e-mails. Chegava por volta das 9h."
Antes de ir para o trabalho, ela caminhava todos os dias na esteira. Três vezes por semana, fazia massagem -falando ao celular.
Para relaxar, almoçava em casa. À noite, Dilma ficava no trabalho até tarde. No dia seguinte, levava livros que lia em casa com anotações para a equipe. Quando ficava até tarde na secretaria, comia sanduíche com pão preto, alface, tomate e chester ou barra de cereal. Para acompanhar, guaraná light.
Sua mesa estava sempre repleta de papéis e jornais. Funcionários contam que ela costumava chamá-los em voz alta, com os óculos pendurados no nariz. Quando gritava, todos corriam. Dormia pouco, o que lhe deixava com olheiras. Quando isso acontecia, Dilma tomava energizantes e café.
Havia um instante no qual ela se mostrava extremamente dócil: quando falava com a filha, a procuradora do Trabalho Paula, 27. Paula é filha de Dilma com o ex-deputado Carlos Araújo -que foi seu companheiro de guerrilha. (LÉO GERCHMANN)

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