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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Marqueteiro de Lula mostra insatisfação com o tempo na TV
João Santana diz que o melhor seria ter oito minutos, tempo que só será alcançado se ocorrer aliança formal com o PSB
Sem socialistas, candidato do PT terá seis minutos, três a menos do que Alckmin; petista também ficará em desvantagem nas inserções
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Responsável pela propaganda eleitoral do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, o marqueteiro João Santana demonstrou insatisfação com o tempo
que o petista terá na televisão.
Segundo ele, o ideal seria
contar com pelo menos oito
minutos diários, dois a mais do
que Lula terá caso se confirme
uma coligação restrita apenas a
PT, PC do B e PRB.
Os dois minutos extras viriam do PSB, mas o partido tende a apoiar Lula apenas informalmente, para ter liberdade
de união nos Estados.
"Nosso tempo não é ruim,
mas o melhor seria ter uns oito
minutos. Se ficarmos apenas
com seis, serão três a menos
dos que os adversários [Alckmin]. Não é pouca coisa", declarou Santana na tarde de sábado. "Vamos ter que trabalhar
com o que temos".
Para o marqueteiro, pior do
que ter menos tempo nos dois
blocos longos de propaganda
eleitoral será ficar em desvantagem nas inserções veiculadas
durante o dia, no meio da programação das TVs.
Tais inserções, de 30 segundos, são consideradas pelos publicitários o "filé mignon" da
propaganda, porque pegam o
eleitor "desprevenido", que não
pode evitar o tema.
O presidente tem demonstrado internamente grande insatisfação com o fato de o PSB
ter decidido ficar de fora da
aliança oficial com o PT. Lula
reclama desse partido, que desde o início de seu mandato ganhou cargos na administração.
Gravações
Santana deve começar a preparar a propaganda televisiva
de Lula em meados de julho.
Mas o presidente só vai gravar
no começo de agosto. O petista
passará a ser acompanhado por
uma equipe de TV apenas a
partir de 6 de julho, quando a
candidatura já estiver registrada na Justiça Eleitoral.
Estão descartadas, segundo
Santana, gravações com o presidente nos palácios do Planalto ou da Alvorada.
A confecção do discurso que
Lula leu para se lançar oficialmente à reeleição, no sábado, é
uma indicação de quais serão
seus principais colaboradores
na campanha de reeleição.
A primeira leitura e a revisão
do texto preparado por Santana couberam a Luiz Dulci (secretário-geral da Presidência),
Tarso Genro (Relações Institucionais), Marco Aurélio Garcia
(assessor especial) e Ricardo
Berzoini (presidente do PT).
Colaborou FERNANDO RODRIGUES, da Sucursal de Brasília.
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