|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INQUÉRITO
Juiz evita quebra de sigilos já; defesa vê indício de inocência de Maluf
Polícia vai investigar contas de Jersey
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo determinou a abertura de inquérito policial para apurar a origem do dinheiro depositado em nome do
ex-prefeito Paulo Maluf e familiares na ilha de Jersey, um paraíso
fiscal no canal da Mancha.
O objetivo é saber se os recursos
(US$ 200 milhões ou R$ 497,6 milhões ao câmbio de ontem) são de
fonte ilícita. Uma das hipóteses
com que o Ministério Público
paulista trabalha é a de que eles viriam de desvio de verba de obras
como o túnel Ayrton Senna.
Paulo Maluf nega que seja dono
do dinheiro depositado no paraíso fiscal. O advogado de Maluf,
Arnaldo Malheiros Filho, afirmou
que a decisão do juiz mostra que
não há provas contra o ex-prefeito. "Se ele mandou apurar, é sinal
de que não existe prova nenhuma. Pode investigar", disse.
A decisão do juiz Maurício Lemos Porto Alves, do Departamento de Investigações Policiais,
veio em resposta ao pedido da
promotoria para que seja autorizada a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-prefeito, de sua mulher, Sylvia, de
seus quatro filhos e de uma de
suas noras.
Para Porto Alves, antes que o
pedido fosse apreciado, haveria
necessidade de se instaurar inquérito policial para obter evidências suficientes de que o dinheiro
viria de prática criminosa.
"Não se justifica, pois, que a
quebra de sigilo bancário, fiscal e
telefônico anteceda o início de investigação criminal, por instituição que tenha essa incumbência
como obrigação natural", afirmou o juiz em seu despacho.
O Ministério Público Estadual
pediu a quebra dos sigilos com
base em informações recebidas
das autoridades de Jersey pelo
Coaf (Conselho de Administração de Atividades Financeiras).
Após receber a decisão judicial,
o delegado Célio Gomes de Andrade, do Setor de Investigações
Gerais da Polícia Civil, terá 15 dias
para ouvir os envolvidos. O inquérito correrá sob segredo de
Justiça. "Concordo com o sigilo.
Há documentos que não devem
ser divulgados para não atrapalhar a investigação", afirmou o
promotor Silvio Marques.
Texto Anterior: Juíza nega inclusão de relatório Próximo Texto: Araguaia, 27 anos: Papéis indicam ação secreta do Exército Índice
|