São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2001

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SÃO PAULO

Professores afirmam terem sido convocados para recepção a governador

Visita de Alckmin interrompe aulas

RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

A visita do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a Bragança Paulista deixou cerca de 4.500 alunos da rede municipal sem aula ontem.
A Prefeitura de Bragança (83 km de São Paulo) convocou os cerca de 600 professores da rede para recepcionarem o governador, de acordo com a categoria.
O vice-prefeito e secretário da Educação de Bragança Paulista, Amauri Sodré da Silva (PFL), disse que os professores e outros funcionários municipais foram "convidados" a participar da recepção a Alckmin. O prefeito da cidade, Jesus Chedid (PFL), disse que desconhecia a convocação, mas que apoiava a decisão do secretário.
Segundo a Polícia Militar, de 800 a 1.000 pessoas acompanharam a visita. Alckmin foi reiniciar oficialmente as obras de duplicação da rodovia Fernão Dias.
Um professora, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que a convocação foi feita na noite de anteontem pelas diretoras das escolas. "Fomos avisados de que deveríamos estar na manhã de hoje [ontem" na sede da secretaria [da Educação" e lá assinamos uma lista de presença", disse. Segundo ela, dois ônibus foram colocados à disposição dos funcionários para irem ao local do evento -no trevo da Fernão Dias que dá acesso à cidade.
De acordo com a Secretaria Municipal da Educação, as oito creches da cidade, que atendem cerca de 500 crianças, e as 46 escolas da zona rural, nas quais estudam cerca de mil alunos, funcionaram normalmente. "Nas escolas da cidade, as crianças ficaram em atividades com as monitoras. Aquelas que moram perto da escola voltaram para casa." Segundo a secretaria, as aulas foram normalizadas no período da tarde.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que funcionários de "todos os setores" da administração municipal foram convidados para o evento.

Site
No último dia 23, o governo do Estado tirou seu site do ar, cumprindo decisão liminar da Justiça. A 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo havia ordenado que o site tirasse do ar fotos e declarações de Alckmin.
A liminar foi concedida atendendo a pedido do PT. Os autores da ação, o deputado estadual José Zico e o vereador paulistano Devanir Ribeiro, argumentaram que o governador utilizava o site para autopromoção.



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