DA AGÊNCIA FOLHA

O Dia do Trabalhador Rural foi marcado ontem por saques, protestos e vigílias em pelo menos oito Estados brasileiros. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) comandou a maior parte dos atos. Além de terra e créditos agrícolas, os atos pediam políticas de combate à seca e faziam reivindicações locais.
Na Paraíba, houve enfrentamento entre a Polícia Militar e manifestantes na principal praça de João Pessoa. Os sem-terra tentaram invadir o palácio do governo. Cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM, participaram do ato.
Seis pessoas -três PMs e três manifestantes- ficaram feridas, a maioria com escoriações.
O governo da Paraíba se comprometeu a seguir para Brasília, provavelmente na próxima semana, com representantes dos sem-terra, para discutir com o governo federal as reivindicações. Entre elas, a anistia do endividamento de agricultores familiares que perderam suas lavouras.

Outros Estados
Em Pernambuco, moradores da Zona da Mata, do agreste e do sertão bloquearam três rodovias, saquearam dois caminhões e anunciaram a invasão de 54 propriedades rurais no Estado.
Em Maceió (AL), cerca de 2.000 sem-terra acamparam no centro da cidade e fizeram uma passeata.
No Piauí, cerca de 550 trabalhadores rurais fizeram uma passeata do km 19 da BR-316 à zona sul de Teresina. Em Sergipe, houve passeata em Aracaju. Os manifestantes pretendiam iniciar hoje vigília em frente à sede do governo
No Mato Grosso do Sul, cerca de 500 pessoas invadiram a fazenda Itamarati, em Ponta Porã (350 km de Campo Grande), considerado o maior projeto de assentamento da história do Brasil. Eles saíram da área em seguida, protestando contra a demora na implantação do projeto. Houve protestos também em Mato Grosso.
Os agricultores do Ceará decidiram dar um prazo de carência para que os governos estadual e federal encontrem uma saída para a situação de calamidade pública enfrentada por 115 dos 184 municípios do Estado.
Ontem, houve protesto em Itatira, reunindo cerca de 600 pessoas, segundo a polícia.


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