São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2001

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NO AR

Paz cristã

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

- Quero ser um homem de paz.
Era d. Eusébio Oscar Scheid, arcebispo de Florianópolis, escolhido pelo papa João Paulo 2º para substituir d. Eugenio Sales como arcebispo do Rio, ontem na Rede Globo.
À CBN, cadeia de rádio da Globo, d. Eusébio detalhou um pouco mais, declarando que vai buscar o diálogo com as outras correntes religiosas. Mas deixando claro, segundo a emissora, que não aceita desrespeito à Igreja Católica.
Vale dizer, nada de chute na santa -como aquele dado por um bispo da Igreja Universal, tempos atrás, ao vivo na Rede Record.
Será preciso um homem de paz, para não dizer de diplomacia ou de política, para contornar as guerras santas insistentes entre cristãos, entre católicos, entre emissoras de televisão e, nos últimos tempos, até entre presidenciáveis.

 

O telejornalismo global não perde uma data santa, ultimamente. Ontem, acompanhou os motoristas que, em várias regiões do país, foram às igrejas católicas em busca da bênção de São Cristóvão.
Por outro lado, ontem também foi dia de destacar, na Rede Globo, que já foi solicitada a quebra do sigilo bancário do presidenciável evangélico Anthony Garotinho.
 

Num dia, um ministro militar, general Alberto Cardoso, lança no Jornal Nacional a idéia de dar às Forças Armadas o poder de prender civis, como fazem hoje as polícias.
No dia seguinte, registradas as primeiras reações da opinião pública, um ministro civil, José Gregori, surge para garantir que não é bem assim, que "há divergências" na equipe.
Não deixa de ser uma maneira de tomar decisões de governo, mas balões de ensaio, jogados com tal facilidade à audiência nacional de TV, não ajudam a estabilizar o ânimo do cidadão -e das polícias, que reagiram com ameaças.
A Globo News fez o serviço completo. Lançou no ar a seguinte pergunta:
- Acha necessário que as Forças Armadas tenham poder de polícia?
Resultado parcial, na web, com 369 votos: sim, 68,3%; não, 31,7%.
O balão de ensaio do governo Fernando Henrique, até aqui, só fez instigar os 68,3% contra as polícias -e a favor, vale dizer, de velhas soluções.
E-mail:nelsonsa@uol.com.br


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