São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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PAINEL

SOS Garotinho
Anthony Garotinho (PSB-RJ) mandou um recado ao Planalto, por meio de um deputado do PPB-RJ: sua campanha precisa de recursos. Se não conseguir financiadores, poderá ser obrigado a desistir. Nesse caso, apoiaria Ciro Gomes (PPS).

Bênção pastoral
Com cada vez menos apoio no PSB, Garotinho esteve com Edir Macedo há cerca de um mês e conseguiu autorização do bispo para fazer campanha nos templos da Igreja Universal.

Conta própria
O candidato do PSB, porém, não terá o apoio oficial da Universal. "Cada Estado decidirá quem irá apoiar. Garotinho não é nosso candidato, mas tem os votos de cerca de 80% dos fiéis", diz o deputado Bispo Rodrigues, coordenador político da igreja.

Produto de marketing
Lula-2002 passou a ser chamado na esquerda do PT de "candidato de laboratório". Explicação: o discurso, o tom de voz e o sorrisos exibidos em frente às câmeras de TV foram milimetricamente planejados com base em pesquisas qualitativas.

Adversário premiado
Dirigentes do PT chegarão hoje à Paraíba para tentar acalmar Avenzoar Arruda, candidato do partido ao governo do Estado. Ele está inconformado com o acordo de Lula com o governador Roberto Paulino (PMDB), que tenta a reeleição.

Acidente de percurso
Na caminhada de José Serra em SP, ontem, havia quatro bonecos de cerca três metros de altura representando tucanos paulistas, Alckmin entre eles. Mas faltou o do presidenciável. Explicação dada pelo PSDB-SP: o de Serra quebrou o nariz na convenção do partido em SP.

Nova mudança
Prosseguem as mudanças na equipe de Serra: o jornalista Inácio Muzzi assumirá o comando da assessoria de imprensa da campanha do tucano.

Túnel do tempo
Orestes Quércia (PMDB) contratou o marqueteiro Toni Cotrim, que fez parte da equipe de Lula em 1989 e 1998. O jingle de sua campanha ao Senado será o velho "O sol nasceu pra todos e também pra você, vote Quércia, vote Quércia, PMDB".

Chá da tarde
FHC recebeu discretamente o governador José Ignácio (PTN-ES) na última terça-feira. No dia seguinte, o ministro Paulo de Tarso (Justiça) foi a Vitória e anunciou uma parceria com o governo do Estado para o combate ao crime organizado.

Prata da casa
O governo de José Ignácio esteve ameaçado de sofrer uma intervenção federal a pedido da OAB. Um dos motivos era a suposta conivência do governo com o crime organizado. O governador foi dirigente do PSDB por mais de dez anos.

Missão secreta
Nizan Guanaes, marqueteiro de Serra, mandou uma equipe de TV investigar a passagem de Ciro Gomes pela Universidade Harvard (EUA) em 95. O PSDB espalha que o candidato do PPS foi apenas aprimorar o sotaque.

Carga pesada
Ciro participará na próxima sexta de um comício na Bahia ao lado de ACM. O candidato do PPS desfilará pela cidade no "trio da vitória", como está sendo chamado o carro que anima a campanha do PFL-BA (Paulo Souto, ACM e César Borges).

Motivo de força maior
Em reunião com prefeitos, anteontem, Alckmin sentiu a falta de Luiz Tortorello, de São Caetano. O prefeito viajara ao Paraguai, a fim de assistir a um evento eleitoralmente mais interessante para ele: a vitória do time da cidade na Libertadores.

Visita à Folha
Rodrigo Antônio de Paiva, que tenta obter no TRE o registro de candidato do PL ao Senado por MG, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Rodrigo Rollemberg, candidato do PSB ao governo do DF, sobre Garotinho:
- Não existe candidatura do PSB, existe um projeto pessoal do Garotinho. A história do PSB está comprometida por sua postura messiânica e evangélica. Seria melhor que desistisse.

CONTRAPONTO

Sacro e profano

Leonel Brizola, líder do PDT e candidato ao Senado pelo Rio, fez um comício no último sábado no bairro de Nova Aurora, em Belfort Roxo (RJ), onde moram cerca de 40 mil pessoas. No palanque, Brizola discursou ao lado do outro candidato ao Senado pelo partido, Carlos Lupi.
Ao final do discurso, Brizola elogiou Lupi e pediu votos para o amigo. O líder pedetista usou um argumento incomum:
- Votem no Lupi também, porque nós somos como Cosme e Damião, um não vive sem o outro.
Cosme e Damião são santos muito populares no Rio. No entanto, para o caso da tese religiosa não colar entre os eleitores, Brizola decidiu reforçar:
- Além disso, o que eu vou ficar fazendo no Senado sem o meu amigo Lupi? Vou ficar olhando para as paredes, para as caras do Antonio Carlos Magalhães e do Jader Barbalho?



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