São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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CRISE

Até agora, não há nada organizado, nem o próprio programa de governo", disse o ex-prefeito Jacó Bittar

Candidato do PSB em São Paulo desiste

RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSB, Jacó Bittar, 61, protocolou ontem no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo que desistiu de concorrer ao cargo. Os motivos da desistência teriam sido a falta de recursos financeiros e de estrutura física, segundo disse Bittar.
"Desde o dia 22 [de junho" venho tentando organizar a campanha. Mas, até agora, não há nada organizado. Nem o próprio programa de governo", disse.
Bittar estuda a possibilidade de se candidatar a deputado federal. O ex-prefeito de Campinas declarou que a decisão de renunciar partiu de uma "reflexão particular discutida com outros colegas do partido". Ele não citou nomes.
"Não conseguimos arrecadar nenhum fundo para a campanha. Não há nem estrutura física para que a arrecadação seja feita", disse o ex-prefeito. Anteontem, o deputado estadual do PSB César Callegari havia afirmado que, para movimentar a campanha de Bittar, seriam necessários R$ 5 milhões.
"Até chegar o espaço na TV, estão acontecendo debates, e o partido está engessado", afirmou.
Indagado se o presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, ficaria sem palanque em São Paulo, Bittar afirmou que isso dependerá de uma decisão da própria legenda. "O partido poderá substituir a minha candidatura", declarou.

Crise
A campanha do PSB passa por crise generalizada. A cúpula do partido está incomodada com a perda de espaço de Garotinho, sinalizada pelas pesquisas de opinião, o que estaria afastando aliados e novas adesões ao partido, e deve pressionar o candidato a desistir da disputa. Na Bahia, a candidata do PSB ao governo do Estado, Lídice da Mata, vai oficializar sua renúncia amanhã.
O nome preferido do partido para disputar o governo paulista era o de Luiza Erundina, que preferiu disputar a reeleição para a Câmara dos Deputados.
Lançada às pressas, a candidatura de Bittar tinha como objetivo oferecer um palanque a Garotinho em São Paulo. Eleito pelo PT em 1988, Bittar foi prefeito de Campinas de 1989 a 1992. Após deixar o partido, disputou novamente a prefeitura em 1996 e 2000, sem êxito.
"Eu não vou trabalhar o voto pelo voto", declarou o ex-prefeito. Sobre a reação do partido ao anúncio da renúncia de sua candidatura, Bittar respondeu: "Estou tendo dificuldades para me comunicar com o partido".



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