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ESTRATÉGIA
Encontro visa acalmar mercado e sinalizar que tucano, e não Ciro, representa a continuidade da política econômica
Com aval de FHC, Serra almoça com Malan
RAYMUNDO COSTA
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável tucano, José
Serra, e o ministro da Fazenda,
Pedro Malan, que atravessaram
os dois mandatos do governo Fernando Henrique Cardoso em posições quase sempre antagônicas,
têm um almoço marcado para
hoje. O encontro tem um duplo
objetivo: acalmar o mercado financeiro num momento em que a
cotação do dólar ronda a casa dos
R$ 3 e sinalizar que Serra, e não
Ciro Gomes (PPS), é para o governo o candidato à Presidência que
representa a continuidade da política econômica.
Combinado de comum acordo
com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o almoço só foi
confirmado no meio da tarde de
ontem, quando a cotação do dólar
rondava a casa dos R$ 3. Serra,
que iria ao Amapá, e Malan, que
iria para o Rio, tiveram de compatibilizar suas agendas.
Do ponto de vista político, o almoço serve para o governo fazer
uma clara separação entre Serra e
Ciro. Os partidos que apóiam Ciro, na ótica do Planalto, estariam
tentando convencer setores mais
conservadores do empresariado
que Serra e Ciro representavam o
mesmo em termos de continuidade da política econômica.
O encontro também é um sinal
da maior presença de FHC na
campanha de seu ex-ministro da
Saúde, conforme defendiam setores da equipe do candidato da
"Grande Aliança", nome oficial
da coligação PSDB-PMDB, e do
próprio governo.
A intervenção no preço dos
combustíveis, especialmente do
gás de cozinha, já foi um movimento do maior engajamento de
FHC na campanha. Serra deve
"colar" de vez sua candidatura ao
governo para tentar se beneficiar
da popularidade de FHC, que
ronda os 30% de aprovação.
O presidente também deve participar mais ativamente da campanha de Serra e não ficar restrito
ao horário eleitoral gratuito, o
chamado "palanque eletrônico",
a partir de 20 de agosto. Nos próximos dias, FHC deve participar
de algum evento de apoio a Serra.
Malan e Serra divergiram, no
governo, sobretudo no que se refere à sobrevalorização cambial,
adotada até janeiro de 1999, e às
altas taxas de juros -desde março Serra defendia uma redução,
só adotada semana passada.
Malan era uma opção de FHC
para a Presidência pelo menos até
abril, quando o ministro da Fazenda decidiu permanecer no
cargo e não se filiar a um partido
político a fim de concorrer às eleições. Só recentemente Malan declarou seu voto em Serra.
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