DA REPORTAGEM LOCAL

O presidenciável José Serra (PSDB) pediu ontem um prazo para responder a uma eleitora que lhe exigiu uma "boa razão" para votar nele e não em seu adversário Ciro Gomes (PPS). "Aqui não posso te explicar. Deixe o seu telefone e depois eu te ligo", disse o tucano, durante uma passeata pela rua José Paulino, centro de São Paulo.
A pergunta partiu da professora de inglês Sueli Lourenço, de Limeira, interior do Estado, que morou 13 anos nos EUA. "Posso votar no senhor [Serra" ou no Ciro, porque os dois têm experiência internacional. Por favor, quero uma boa razão para votar no senhor", pediu a professora, espremida em meio aos correligionários.
Apesar da insistência, Sueli saiu com um autógrafo de Serra e deixou, escrito em um pedaço de papel, seu nome e seu telefone. "Acho que ele vai me ligar."
Sueli foi uma das dezenas de pessoas que pararam Serra na rua para perguntar, pedir autógrafos ou criticar o governo, principalmente para temas de segurança, educação e emprego.
Quando o assunto foi violência, Serra respondeu invariavelmente ser uma "aberração" a decisão da Justiça de condenar os sequestradores do publicitário Washington Olivetto a 16 anos de prisão. "Sequestrador tem de ficar no mínimo 30 anos [na cadeia". Como presidente vou mudar a legislação penal", prometeu o candidato.
Sobre a decisão do presidente Fernando Henrique Cardoso intervir no preço dos combustíveis em tempo eleitoral, o candidato foi pragmático: "Isso não tem nada a ver com eleição".
Serra evitou responder sobre um eventual apoio tucano a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o petista vá para o segundo turno com Ciro. "Sei que Fernando Henrique me apóia."
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)



Texto Anterior: Estratégia: Com aval de FHC, Serra almoça com Malan
Próximo Texto: Reforma agrária do presidenciável pode ter presença do MST
Índice