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Petebista diz que CPI é esgoto da sociedade; Antero fala em "devassa"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PTB,
Roberto Jefferson (RJ), partido
aliado ao governo, defendeu que a
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) do Banestado seja encerrada e disse que o PSDB faz
oposição "por má-fé", enquanto o
PT fazia "por ignorância".
"Essa CPI tem de ser enterrada.
Essa CPI acabou virando uma espécie de delegacia, que é o esgoto
da sociedade", declarou ontem.
Vazaram da CPI informação de
sigilos bancário e fiscal dos presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e do Banco do Brasil, Cássio Casseb, entre outros.
Jefferson criticou o PSDB. Disse
que o partido tem feito oposição
ao governo, usando o foro da CPI
por má-fé. "O PT, no passado, fez
oposição ferrenha ao governo por
ignorância, por desconhecimento. O PSDB faz oposição hoje por
má-fé, porque eles sabem exatamente o que estão fazendo."
O deputado disse ainda que
Meirelles tem sido vítima de
"uma guerra política do pior gabarito". Sem mencionar nomes, o
petebista afirmou que a CPI tem
permitido que parlamentares façam extorsão e chantagem.
"Essa CPI me cheira mal. Eu repilo CPIs em geral porque transformam parlamentares em delegadões, em promotorões." Para
ele, a oposição usa a CPI "para
destruir reputações".
"Devassa"
Depois de duas semanas de trégua, o presidente da CPI do Banestado, senador Antero Paes de
Barros (PSDB-AM), subiu à tribuna ontem para responsabilizar o
governo pela "devassa" feita pela
comissão nos sigilos bancário e
fiscal de pessoas.
Com o discurso, a CPI voltou a
ser palco de tiroteio entre governistas e oposição, o que tem paralisado os trabalhos do Senado.
"A CPI vem sendo criticada pela
devassa na vida de pessoas sem
indícios que justificassem a quebra de seu sigilo e por requisitar
documentos que não são objeto
de investigação. A questão é grave, mas não aceito que seja vista
como uma estratégia da CPI. É de
setores do governo", disse ele.
Além da disputa política, a CPI é
acusada de vazamento de informações e de procedimentos irregulares, como quebra de sigilos
em bloco. Os pivôs da crise são
Antero e o relator, deputado José
Mentor (PT-SP).
A Comissão de Constituição e
Justiça do Senado aprovou ontem
proposta do presidente do PFL,
senador Jorge Bornhausen (SC),
de limitar as reuniões das CPIs às
segundas e sextas-feiras, além das
tardes de quinta, podendo ainda
funcionar aos sábados, domingos
e feriados. A matéria ainda tem
que ser votada no plenário.
Tradicionalmente o Congresso
fica vazio nesses dias, quando não
há sessões deliberativas.
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